O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou a ministros que não pretende fazer qualquer movimento de procurar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), antes de o senador diminuir as críticas sobre a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Fontes próximas ao petista apostam que a fervura deve diminuir em breve, com a entrada de ministros em campo. Já o entorno de Alcolumbre prevê mais pressão por uma improvável retirada da indicação de Messias para retomar as negociações do zero em fevereiro.
Governistas têm dito nos bastidores que o movimento de Alcolumbre busca mais espaço e cargos no governo. A insinuação irritou Alcolumbre, que, em nota divulgada neste domingo (30), acusou o Executivo de tentar desvirtuar o debate.
“É nítida a tentativa de setores do Executivo de criar a falsa impressão, perante a sociedade, de que divergências entre os Poderes são resolvidas por ajuste de interesse fisiológico, com cargos e emendas. Isso é ofensivo não apenas ao Presidente do Congresso Nacional, mas a todo o Poder Legislativo”, escreveu.
Para senadores ouvidos pela CNN Brasil, a crise é de articulação. Eles argumentam que Alcolumbre já está contemplado por ministérios e ascendência sobre o orçamento e, que, portanto, o ajuste deve ser feito na interlocução com a cúpula do Congresso.
Sob reserva, esses mesmos parlamentares reclamam que Lula está cercado de nomes com dificuldade de diálogo e citam risco de isolamento do presidente, assim como aconteceu com a ex-presidente Dilma Rousseff antes do impeachment.
Em tempo
Além da retomada de diálogo com Alcolumbre, governistas vão levar a Lula propostas para também distensionar a relação com a Câmara dos Deputados, que está às voltas com o governo após a turbulenta votação do PL Antifacção e o rompimento do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ).


















