As diretas-já, em princípio, não produziram os resultados esperados, menos ainda, desejados
A primeira eleição fruto do movimento denominado de “diretas-já” resultou na eleição do então presidente Fernando Collor de Melo, digamos assim, num fracasso, e a provar que sim, o próprio sequer conseguiu evitar o seu próprio impeachment.
De lá para cá, e a bem da verdade, diga-se: se não no nível desejável mas razoavelmente aceitável, a nossa democracia vinha se fortalecendo, mas desde as eleições de 2022, em razão da derrota do candidato Jair Bolsonaro quando ele buscava a sua reeleição, e a vitória do candidato Lula para exercer um 3º mandato, que a nossa tranqüilidade política vem sendo ameaçada, isto porque, enquanto o presidente Lula já decidiu que buscará um 4º mandato, de outro lado, o anti-lulistas sequer admitem que tal hipótese possa acontecer.
Embora o próprio Jair Bolsonaro tenha se tornado inelegível, por mais estranho que pareça, o seu capital eleitoral, o bolsonarismo, continua em alta e se fará presente nas eleições de 2026. Diria até: todos os pré-candidatos oposicionistas buscarão o seu apoio, ainda que o mesmo esteja fora dos palanques e cumprindo as penalidades que já lhes foram impostas pela nossa justiça.
Eu, particularmente, sempre discordei e continuarei discordando da polarização Lula/Bolsonaro, até porque, como bem dizia Bertolt Brecht: “maldito é o país que precisa de heróis”. Porém e muito lamentavelmente, tudo me leva a crer que o heroísmo se fará presente na disputa eleitoral de 2026.
Como, infelizmente, no nosso país, os nossos partidos políticos não se dão a respeito e não influem nas nossas disputas presidenciais, a exemplo do que aconteceu nas eleições de 1989 quando filiado ao PRN Fernando Collor se elegeu presidente da nossa República e nas eleições de 2018 filiado ao PSL, Jair Bolsonaro conseguiu se eleger, em relação a nossa próxima disputa presidencial tudo poderá acontecer.
Das duas, uma: ou jogamos para a lixeira da nossa história a nossa atual legislação política/partidária/eleitoral ou a nossa democracia jamais se fortalecerá, até porque, mais da metade dos nossos congressistas já pertenceram aos mais diversos partidos e até o mês de abril do próximo ano, quando a janela partidária for aberta, muitos irão se evadir.
A PEC, ora em curso, que trata da nossa segurança pública, é um exemplo, pronto e acabado, da nossa polarização política, como se as nossas organizações atendessem os seus comandos.








