Foto: Reuters/Diego Herculano
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desenvolve uma nova tese para fundamentar um pedido de prisão domiciliar a ser apresentado provavelmente na próxima semana, segundo apurou a CNN Brasil.
O fundamento que vem sendo desenvolvido pela defesa é o de que não há nenhuma garantia de que o fato de Bolsonaro ter danificado a tornozeleira eletrônica signifique automaticamente que ele planejava uma fuga.
A defesa compara o caso ao do ex-presidente Fernando Collor, que ficou 36 horas com a tornozeleira desligada e nem por isso teve sua domiciliar revogada.
A ideia da defesa será mostrar que se tratou de um surto provocado pela inclusão de novos remédios em seu receituário. Também pretendem incluir nessa tese que a fuga nunca passou pela cabeça de Bolsonaro e que sua concretização seria algo muito difícil.
A esse fundamento, a defesa irá juntar a necessidade de atendimento médico especial que, no entendimento da equipe jurídica, Bolsonaro precisa.
Na quinta-feira (27), ele precisou receber atendimento médico após os filhos irem às redes sociais apontarem uma crise de soluços. Também na quinta-feira, ele relatou na audiência de custódia ter refluxo e apneia e fazer uso de cinco medicamentos.
A defesa entende que um plantão médico 24 horas para Bolsonaro é assegurado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Levar Bolsonaro de volta à prisão domiciliar hoje é a principal estratégia da defesa, mais do que tentar alterar a condenação.
Nesse sentido, os embargos infringentes que devem ser apresentados nesta sexta-feira (28) são considerados muito mais um instrumento para reforçar a contrariedade com a decisão do que algo que tenha real chance de provocar alguma mudança na pena.