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Governo tenta adiar sabatina de Messias, mas Alcolumbre resiste

REUTERS/Adriano Machado

O governo Lula tenta adiar a sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal), com o objetivo de ganhar tempo em busca de votos no Senado e evitar uma derrota histórica.


A empreitada, porém, esbarra na resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que queria ver indicado seu aliado, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), à vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso, em outubro.


A estratégia dos governistas para segurar a sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e, consequentemente, no plenário do Senado, é não enviar a mensagem presidencial oficializando a indicação de Messias. Até agora, ela foi publicada apenas no Diário Oficial da União.


“Em algum momento Lula e Davi vão conversar para discutir melhor momento para enviar a mensagem. Pode ser antes ou pode ser depois do dia 10. Sabatina só pode acontecer após o envio da mensagem”, disse o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).


Aliados de Messias admitem que o prazo é curto para conseguir os apoios. O advogado-geral da União tem feito um périplo nos gabinetes no Senado. E até mesmo no estacionamento da Casa, onde abordou o senador Angelo Coronel (PSD-BA) na noite de quarta-feira (26) após um dia de maratona em busca de apoio.


O mapa da votação, porém, é desafiador. Messias está longe de garantir os 41 votos mínimos para ser aprovado.


Aliados do indicado de Lula afirmam que, até aqui, estão garantidos os apoios do PT, PSB e PDT, e que o foco neste momento é buscar a adesão das bancadas do PSD, MDB e União.


Segundo apurou a CNN Brasil, o indicado de Lula foi aconselhado até por integrantes da direita com trânsito no STF a insistir no adiamento da sabatina. O tempo extra poderia ajudá-lo a vencer resistências, enquanto o Planalto tenta contornar a crise com o presidente do Senado.


Além da resistência de Alcolumbre, senadores citam que a prisão definitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe, mobiliza a oposição a impor uma derrota ao governo.


Presidente da CCJ, o senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que não pode garantir que a votação será adiada. Segundo ele, essa é uma decisão que cabe ao presidente do Senado.


“Acho que não vai adiar. Não, não sei de nada. Eu não posso dizer que vai adiar nada, porque eu não sou presidente do Senado. Se chegar a mensagem e ele também encontrar uma saída, se conversar com alguém do governo, eu não posso achar nada”, desconversou.


Segundo Otto, Alcolumbre queria ter marcado a sabatina para o dia 3 de dezembro, mas ele ponderou por mais uma semana, e a data ficou para o dia 10.


“O Jorge Messias achou o tempo curto. Então ele pode ter conversado com o Lula e encontrar um espaço maior”, disse o presidente da CCJ.


Interlocutores de Otto relataram à CNN Brasil que ele seria favorável a adiar a sabatina, mas quer evitar confrontar Alcolumbre.


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