Enquanto a nossa atual legislação político-partidária se mantiver tudo de ruim e nada de bom acontecerá
No nosso país, os nossos partidos políticos funcionam com se fossem empresas, nas quais, os seus faturamentos financeiros prevalecem e quanto maior for o número de seus deputados federais em suas legendas, maiores serão os quinhões de recursos públicos que os financiam, ou mais precisamente, que abastassem os seus cofres.
Presentemente e em razão do bolsonarismo que prevaleceu nas eleições de 2022, o PL, o partido do ex-presidente, Jair Bolsonaro, embora houvesse sido eleito pelo finado PSL, por ter conseguido eleger a maior bancada na nossa Câmara de Deputados, e pronto, passou a receber, anualmente, do chamado fundo partidário de quase R$-5,00 bilhões de reais, o maior quinhão. Demais a mais, do seu total, 95% são distribuídos aos partidos com representação na nossa câmara dos deputados e apenas 5%, aos chamados partidos nanicos, mais de 30 deles.
Detalhe: no nosso Congresso Nacional vamos encontrar senadores e deputados federais filiados a mais de 20 partidos políticos distintos. Dessa fragmentação partidária, seja quem foi e quem vier se tornar presidente da nossa República ou entra nas nossas corriqueiras negociatas ou não conseguirá aprovar os seus projetos.
O atual presidente Lula e os ex-presidentes Jair Bolsonaro, Michel Temer, Itamar Franco, Dilma Roussef, Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor, todos e sem nenhum exceção, comeram o pão que os nossos congressistas amassaram, ou seja, que o diabo amassou.
Esta prática, num crescendo, determinou a aprovação das emendas parlamentares aos nossos orçamentos públicos, digamos assim, a legalização do nosso criminoso mercado eleitoral, afinal de contas, são através de suas emendas que eles compram os apoios que carecem para as suas reeleições. Seus principais cabos-eleitorais são nossos prefeitos.
Nos países que prezam e valorizam os seus partidos políticos, entre eles, nos EUA e na Inglaterra, os seus chefes de governo negociam com seus congressistas, mas no nosso país, prevalecem às negociatas. A expressão “é dando que se recebe”, tornou-se a moeda de troca entre os nossos poderes executivos e legislativos.
Se todo o descrito acima não bastasse, no nosso país, a infidelidade partidária, ao invés de ser combatida vem sendo estimulada, e a provar que sim, os nossos congressistas estabeleceram e legalizaram a chamada janela partidária, através da qual, faltando seis meses para as próximas eleições eles próprios poderão mudar de partido e levando consigo o mandato que esteja exercendo.