O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), realizou nesta terça-feira (25) a cerimônia oficial de entrega de um amplo pacote de obras de reformas, revitalizações e melhorias estruturais em escolas rurais e indígenas da rede pública estadual. A ação representa um dos maiores investimentos recentes na infraestrutura educacional voltada ao campo, às comunidades ribeirinhas e aos povos originários, chegando a mais de R$ 30 milhões aplicados em unidades espalhadas por todas as regiões do estado.
Durante a agenda, o governador Gladson Cameli destacou o caráter transformador das obras e defendeu que educação é o eixo central de todas as demais áreas sociais. “Educação é tudo, educação é segurança, educação é saúde, educação salva vidas. Agradeço toda a equipe em nome da Secretaria de Educação, que está fazendo seu papel de dar mais qualidade de ensino para essas crianças, que eu chamo de autoridades. Só está sendo investido mais de 30 milhões em escolas rurais, como esta, e também nas escolas indígenas que serão reformadas”, afirmou.
Citando o exemplo do esforço diário de professores que percorrem longas distâncias para garantir o funcionamento das turmas, o governador contou ter ouvido o relato de uma docente que gastou duas horas a cavalo para chegar à escola. “Isso é determinação, é amor. Estamos lutando para melhorar a infraestrutura, diminuir diferenças e garantir o direito de ir e vir das pessoas”, disse Cameli, ao reforçar que as melhorias têm impacto direto no aprendizado e no bem-estar dos estudantes.
Mais de 120 escolas rurais e indígenas passam por reformas
Segundo o secretário de Educação, Aberson Carvalho, o Acre possui uma rede majoritariamente rural: cerca de 65% das escolas estaduais estão distribuídas entre comunidades do campo, aldeias indígenas, seringais e áreas ribeirinhas. São mais de 400 escolas e 395 anexos, estruturas menores instaladas ao longo de estradas e rios para descentralizar o atendimento.

Foto: Whidy Melo/ac24horas
“Essa magnitude e essa diversidade colocam a escola dentro da floresta, dentro da comunidade, valorizando a população local para que ela permaneça na sua área. Os erros dos anos 80 e 90, que expulsaram comunidades para as cidades, mostram o quanto isso foi prejudicial”, afirmou Carvalho.
O secretário informou que o governo já entregou mais de 40 das 70 escolas indígenas previstas e outras 48 escolas do campo que já passaram por reformas. “Temos três modelos de escolas: em alvenaria; mistas, entre madeira e alvenaria; e o modelo compacto, como a escola Monte Alegre, com duas ou três salas de aula, adequado para comunidades menores”, explicou.
Investimentos por modalidade
Escolas do Campo (Rurais):
Unidades com intervenção: 76
Obras concluídas: 48
Em execução: 26
Investimento: R$ 18.038.500,66
Municipíos contemplados: 20, entre eles Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Tarauacá, Brasiléia, Feijó, Assis Brasil, Xapuri e Rio Branco.
Escolas Indígenas:
Unidades com intervenção: 50
Concluídas: 24
Em execução: 26
Investimento: R$ 12.604.072,18
Povos atendidos: Ashaninka, Huni Kui, Shanenawa, Kulina, Jaminawa, Kampa, entre outros.
Municípios contemplados incluem Santa Rosa do Purus, Marechal Thaumaturgo, Sena Madureira, Tarauacá e Assis Brasil.
Monte Alegre: nova estrutura muda a rotina da comunidade
A escola rural Monte Alegre, localizada na região da Transacreana, foi uma das unidades visitadas durante a cerimônia. Com 17 alunos diretamente beneficiados, a unidade recebeu R$ 343.568,41 em investimentos, que incluem melhorias estruturais, novo ambiente de aprendizagem e apoio operacional.

Foto: Whidy Melo/ac24horas
A professora e gestora Rosália Corrêa, há 17 anos na comunidade, relatou a mudança na rotina e no ambiente escolar. “No início foi uma surpresa, e uma surpresa muito importante. Antes a escola não tinha um ambiente legal, propício. Agora podemos aconchegar nossos alunos, e eles ficaram muito felizes com o novo espaço”, contou.
Segundo ela, a rotina começa cedo: “Tem alunos que chegam cinco horas, cinco e meia da manhã. Então eu também tenho que sair cedo de casa para recebê-los. Trabalho com cinco séries ao mesmo tempo do 1º ao 5º ano e isso é difícil, porém prazeroso.”
A professora também destacou avanços além da estrutura. “Hoje temos merendeira, providenciada pelo nosso governador. Antes não tínhamos. Isso faz toda diferença. Estou muito feliz em estar nesse novo ambiente que dá prazer de trabalhar, e as crianças também têm mais vontade de aprender.”


















