Blog do Crica

“Minha candidatura é inegociável”, diz Mailza

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

A proposta feita pelo senador Márcio Bittar (PL), no último fim de semana em Xapuri, de uma candidatura única ao governo, com apoio do grupo político do governador Gladson Cameli em torno do prefeito Tião Bocalom, foi rechaçada hoje pelo Palácio Rio Branco. A vice-governadora Mailza Assis (PP) disse nesta manhã ao BLOG ser a sua candidatura ao governo “inegociável,” porque segundo ela, não nasceu de uma vontade pessoal, mas da importância de um governo que está bem avaliado e dando certo, seguir em frente. Ressaltou que o PL será bem recebido numa aliança com o PP, desde que seja para apoiar a sua candidatura ao governo. Para o secretário da SEGOV, Luiz Calixto, ninguém no governo é contra uma aliança com o PL, mas ressalta que o senador Márcio Bittar (PL) tem que entender o governo já ter a sua candidata ao governadora definida, a vice-governadora Mailza Assis (PP) e não vai mudar. Ou seja, se o PL quiser se juntar ao grupo é para apoiar a Mailza na eleição do próximo ano.


OUTRO CENÁRIO


O que o senador Márcio Bittar (PL) deve colocar na sua cabeça, é que o cenário da disputa do governo é completamente diferente. Na eleição municipal todos se juntaram para apoiar o Bocalom a prefeito; agora o governo tem uma candidata definida no nome da Mailza Assis, e não vai abrir mão deste direito. Sem falar que, a partir de abril do próximo ano, quem estará sentado na cadeira de governador é a Mailza. Isso não muda.


PEGOU MAL


Quebrou o discurso dos aliados de que poderia haver alguma armação no caso, depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu que foi ele quem violou a tornozeleira. No momento em que violou a tornozeleira, quebrou a regra jurídica da prisão domiciliar, e ficou sujeito a perder o benefício. Ninguém o obrigou a burlar a lei.


É POSITIVO TER LADO


Muita gente critica o senador Márcio Bittar (PL) por essa defesa exacerbada que faz do presidente Bolsonaro. Passo léguas do discurso bolsonarista, mas o que o Bittar está fazendo é um ato de coerência. As idéias do Bolsonaro são as suas idéias, é seu amigo próximo, então, longe de se condenar a sua postura, tem é que se respeitar por ser um político que tem lado. Isso é uma virtude. Concordar ou não com o que pensa o Bolsonaro, é outra coisa.


MUITA INGENUIDADE


Por outro lado, é muita ingenuidade do senador Márcio Bittar (PL) imaginar um cenário com a vice-governadora Mailza Assis (PP) abrindo mão de disputar o governo, ancorada na máquina governamental. Isso, só no Dia de São Nunca e pela parte da tarde. Trate de entender isso de vez.


NÃO EXISTE BIPARTIDARISMO


Estamos no pluripartidarismo, um regime aberto a várias candidaturas. É legítimo que o prefeito Tião Bocalom (PL) dispute o governo; e da mesma forma de que a vice-governadora Mailza Assis (PP) seja candidata. E as urnas é que decidem. O que poderia haver é o compromisso do perdedor de apoiar o vencedor no segundo turno. Disputa é democracia.


NÃO MUDA NADA


Vigília, carreata, protesto, nada vai mudar a condição jurídica do ex-presidente Bolsonaro, condenado a 27 anos de reclusão pelo STF. Essa Preventiva ainda não é o início do cumprimento da sentença, que deve acontecer até o final de dezembro.


ANA PAULA NÃO ESTÁ CERTA


Em postagem enviada ao BLOG, o senador Alan Rick (Republicanos), esclareceu que a advogada Ana Paula (NOVO) não está escolhida ainda como a vice na sua chapa, e que ela foi apenas uma indicação importante de um partido aliado. Se disse feliz com as manifestações que recebeu sobre o nome, porém, o seu vice não foi escolhido. Sobre quem será o vice, falou que será uma decisão amadurecida mais para frente, em que pesará a voz da população. Lembrou ter ainda uma conversa aberta com o MDB sobre espaços na chapa majoritária.


DOIS BICUDOS NÃO SE BEIJAM


O prefeito Tião Bocalom (PL) está irremovível na sua decisão de disputar o governo. O mesmo acontece com a vice-governadora Mailza Assis(PP). Como dois bicudos não se beijam, que venha a campanha.


PRATICAMENTE FORMADA


O Solidariedade está com a sua chapa de candidatos a deputado estadual praticamente formada, e com nomes de todos os municípios. O deputado Afonso Fernandes (Solidariedade), tem doutorado em formar chapas competitivas.


ESSE É O DEBATE


O debate sobre a eleição de governador deveria ser sobre qual candidato tem maior potencial de qualificação para governar o Acre, e não ficar neste discurso rasteiro de direita contra a esquerda.


CHAPA PARA TRÊS


Caso a deputada Michelle Melo (PDT) opte por disputar a eleição para a ALEAC no MDB, deixará a chapa do partido muito forte e com chance de eleger três parlamentares. Michelle se juntaria aos deputados Tanízio Sá e Antônia Sales; e ao ex-prefeito Marcus Alexandre. E mais dois deputados em negociação e que devem aportar no grupo.


VOZ GERAL


É voz geral entre os aliados do seu grupo que o candidato ao Senado, Jorge Viana anda ausente, e tem que voltar a cair na real de que a eleição para senador é no estado e não na APEX. Acham que já está passando da hora de voltar de vez para a aldeia e fazer política, porque disputará fora do poder.


POSIÇÃO INSTITUCIONAL


O Gladson é governador de todos os acreanos. O ex-presidente Bolsonaro está inelegível e vai cumprir pena de 27 anos. O Gladson nunca foi um extremista, e querer exigir agora que mude para ser um bolsonarista radical, não é a sua praia. Os elogios mais rasgados; quem fez ao presidente Lula, foi o Gladson pela sua parceria com o governo federal. É só reler as suas declarações na imprensa. Na pandemia do Covid, ele não seguiu os negacionistas da cloroquina. Querer agora que o Gladson saia atacando o STF, o Lula, endeusando o Bolsonaro, se tornar um radical, é forçar a barra. O Cameli sempre foi equilibrado. E se tem uma candidata que nunca esteve ao lado do PT, foi a vice-governadora Mailza Assis. É por causa da merda desta guerra idiota de direita contra esquerda que o ódio dominou a política brasileira.


FRASE MARCANTE


“A política é a arte de pedir votos aos pobres, pedir recursos financeiros aos ricos e mentir para ambos”. Antônio Ermírio de Moraes.


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Luis Carlos Moreira Jorge