Mâncio Lima, que é a porta de entrada para o Parque Nacional da Serra do Divisor, acaba de ser incluída no Mapa do Turismo Brasileiro, ferramenta oficial do Ministério do Turismo que reconhece e organiza os destinos turísticos do país. O município agora integra a rota Caminho das Aldeias e da Biodiversidade, reconhecida por unir floresta, povo e tradição.
A inclusão, de acordo com o prefeito Zé Luis representa um marco importante para o município e reforça seu potencial no Vale do Juruá.
“A entrada no Mapa fortalece o planejamento do setor e abre caminhos para novos investimentos, projetos e ações de fomento. A certificação também reconhece o esforço da gestão municipal em desenvolver o turismo de maneira sustentável, valorizando o meio ambiente, fortalecendo a economia local e envolvendo diretamente a comunidade”, cita ele.
Mâncio Lima abriga 33,40% do Parque Nacional da Serra do Divisor, uma das áreas mais exuberantes e biodiversas da Amazônia. O município é a principal porta de entrada para atrativos de beleza singular e conta com vários atrativos:
• Mirante da Serra com 609 metros de altura e uma trilha bem íngreme, de 1,2 km dentro da floresta. A visão é panorâmica e descortina um verdadeiro paraíso: de um lado a floresta a perder de vista, do outro a cadeia de serras que chega até o Peru;
• Cachoeira Formosa, aos que preferem um pouco mais de aventura que pode ser contemplada após 14 km de trilha dentro da floresta. Por ser mais distante que as demais cachoeiras, os turistas têm duas opções: sair muito cedo da pousada para ir e voltar no mesmo dia, ou levar barraca e comida para acampar no local e retornar no dia seguinte.
• Cachoeira do Ar-Condicionado, famosa pela queda d’água de névoa gelada que dá nome ao local;
• Cachoeira Pirapora, com suas piscinas naturais e águas cristalinas;
• Buraco da Central, um dos atrativos mais procurados por sua d’água térmica e sulfurosa de jorra de um buraco fruto de uma escavação da Petrobras na busca de petróleo, com cerca de 600 metros de profundidade.
Ao todo, a área norte do Parque Nacional da Serra do Divisor conta com 8 cachoeiras, todas com trilhas curtas para chegar. Todas valem a visita: Ar Condicionado, Pedernal, Pirapora 1, Pirapora 2, Grande e Mapinguari, além da Formosa e a do Amor. Esse conjunto de riquezas naturais consolida Mâncio Lima como um dos destinos mais promissores do Acre para quem busca aventura, contemplação e conexão direta com a floresta.
O parque possui três pousadas que recebem os turistas, a Canindé, a do Miro e a Caminho das Cachoeiras. Em todas, o turista pode fechar pacotes que variam de acordo com quantidade de pessoas, bem como com ou sem a alimentação inclusa. Algumas disponibilizam chalés, caso o turista queira mais privacidade.
Com três terras indígenas, Nawa, Nukini e Puyanawa, localizadas no município, Mâncio Lima também se destaca pelo forte potencial de etnoturismo.
As Terras Indígenas promovem:
• festivais culturais abertos ao público;
• vivências espirituais;
• visitas guiadas por lideranças tradicionais;
• oficinas de artesanato e medicina tradicional;
• imersões que apresentam modos de vida, culinária, danças e histórias transmitidas por gerações.
Segundo o IBGE, 10,7% da população de Mâncio Lima é indígena, totalizando 2.822 pessoas que fortalecem a identidade multicultural e ancestral do município. Os povos Nukini, Puyanawa e Nawa têm papel fundamental na preservação ambiental e na construção de experiências turísticas que respeitam a floresta e valorizam seus saberes tradicionais.
Área de Relevante Interesse Ecológico ARIE Japiim Pentecostes: biodiversidade dentro da cidade
Outro destaque de Mâncio Lima é a Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE Japiim Pentecostes, uma Unidade de Conservação estadual com 25 mil hectares, localizada na área de influência urbana do município. Rica em biodiversidade, a ARIE abriga espécies de fauna e flora típicas da Amazônia e cumpre função essencial como corredor ecológico.
Por estar próxima ao centro urbano, sua zona de amortecimento favorece:
• estudos científicos e projetos de educação ambiental;
• trilhas interpretativas;
• observação de pássaros;
• atividades de sensibilização sobre a importância da conservação;
• integração da população à natureza, reforçando o conceito de “cidade dentro da floresta”.