A declaração do senador Márcio Bittar (PL/AC) durante a inauguração da Ponte da Sibéria, em Xapuri, na noite deste domingo (23), provocou reação imediata dentro do grupo político do governador Gladson Cameli (Progressistas). Em discurso no evento, Bittar afirmou que há “pessoas importantes” no Progressistas que não desejam uma aliança com o PL para as eleições de 2026, o que, segundo ele, dificulta levar o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro para a composição majoritária.
A fala ocorre em meio à leitura de que setores do Progressistas condicionam a aliança ao nome do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), encabeçar a chapa. No palanque estavam tanto Bocalom quanto a vice-governadora e pré-candidata ao governo, Mailza Assis.
Durante o discurso, Bittar voltou a exaltar sua ligação pessoal com Bolsonaro e reforçou que essa lealdade é central em suas decisões. “Eu não posso ser grato ao Gladson e não ser grato ao Jair Messias Bolsonaro. Olha, eu tenho muita dificuldade, meu palanque está aqui, meu palanque está aqui. Para bom entendedor, uma palavra basta. Eu já cansei de dizer aonde é que eu quero que esteja o PL. Agora, eu tenho muita dificuldade de levar o partido do presidente Bolsonaro para uma aliança se na aliança pessoas importantes não a querem. Eu tenho muita dificuldade, porque ele não é mais um aliado político, ele é um amigo meu que está pagando talvez com a vida por um crime que não cometeu”, disse.
A fala repercutiu rapidamente nas redes sociais, incluindo dentro da própria família do governador. Em um comentário publicado na noite de domingo (23), a mãe de Gladson Cameli, Linda Cameli, reagiu às declarações do senador afirmando que Bittar “esqueceu” o apoio recebido do governador em campanhas anteriores.
“Esqueceu o que o Gladson fez por ele na campanha para o Senado. Gladson sempre agradeceu ao Bolsonaro quando ele era presidente pela ajuda que deu ao Acre. Gladson não é puxa-saco de ninguém”, escreveu.