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Acre apresenta proposta logística a empresários e autoridades da Rússia para atrair indústrias de fertilizantes

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Da redação ac24horas

Para ampliar investimentos estrangeiros, elevar a economia e reposicionar o estado no circuito logístico internacional, o governo do Acre apresentou, em Moscou, a Rota Quadrante Rondon e a Zona de Processamento de Exportações (ZPE) a autoridades e empresas russas. A missão ocorreu entre os dias 17 e 22 deste mês, a convite da Câmara Brasil–Rússia de Comércio, Indústria e Turismo, com representantes de órgãos políticos, empresariais e institucionais do país europeu.


A comitiva de gestores públicos, designada pelo governador Gladson Cameli e pela vice-governadora Mailza Assis, e empresários acreanos destacou a nova configuração logística que o estado se encontra após a inauguração do porto de Chancay, no Peru. O terminal, construído com capital chinês e ligado diretamente a Xangai, encurta em até 17 dias o trajeto marítimo entre a América do Sul e a Ásia, tornando o Acre o ponto de entrada mais curto do Brasil para o Pacífico.


O governo acreano tenta aproveitar essa vantagem geográfica para atrair indústrias de fertilizantes à Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Senador Guiomard, área alfandegada em fase final de implantação. A estratégia mira um mercado que movimenta mais de US$ 5 bilhões por ano só em importações brasileiras vindas da Rússia. Estados como Acre, Rondônia e Mato Grosso somam mais de 15 milhões de hectares agrícolas e dependem do insumo para fazer a produção.


Segundo Assurbanípal Mesquita, secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) do Estado e integrante da comitiva acreana na Rússia, a missão abriu uma agenda propositiva de negociações com empresas russas do setor. Além da Rota Quadrante Rondon, ele ressaltou a fase de estudos da ferrovia bioceânica, projeto de parceria entre o Brasil e a China. “O Acre passa a competir em um novo patamar. A combinação entre as rotas internacionais e a ZPE cria uma oportunidade industrial rara no nosso estado e no país, já que o Brasil importa muito fertilizante russo”, afirmou.


Foto: Cedida

Além do foco em fertilizantes, o Estado também apresentou a carteira de produtos exportáveis, que inclui carne bovina, madeira, castanha, soja e milho. Outro ponto destacado ao longo das agendas da missão foi o potencial de consumo regional. Em um raio de mil quilômetros, o Acre alcança mercados do Peru, Bolívia, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, somando mais de 35 milhões de habitantes ávidos por consumo de novos produtos de vários segmentos e bens duráveis.


As exposições ocorreram em instituições de peso como a Russia Business (associação que reúne mais de 10 mil empresas do país europeu), a União dos Fabricantes de Fertilizantes Orgânicos da Rússia, a Câmara Cívica da Federação Russa, a Embaixada do Brasil em Moscou e a Comissão de Interesses Internacionais do Parlamento russo. Segundo integrantes da comitiva, houve um grande interesse preliminar nas novas rotas e na ZPE, embora as tratativas sigam em fase inicial.


Para Ítalo Medeiros, representante da Casa Civil, a agenda internacional reforça o trabalho contínuo do governo do Acre em equilibrar expansão produtiva com preservação florestal, fortalecer a economia local com a instalação de novas empresas no estado e ocasionar a geração de emprego e renda para a população. “Temos 85% de cobertura nativa. O desafio é aumentar a produtividade nas áreas já abertas, e isso exige soluções estruturais para fertilizantes”, disse ele.


Os próximos encontros entre o empresariado e as autoridades russas com gestores e empreendedores acreanos devem ser realizados no Brasil, em agendas coordenadas pela Câmara Brasil-Rússia. De acordo com Assurbanípal Mesquita, governo do Acre espera consolidar memorandos de entendimento ainda no primeiro semestre do próximo ano. “Tivemos uma excelente receptividade e encaminhamos novos encontros que trarão bons avanços para o Acre”.


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