O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da Cúpula de Líderes do G20 neste sábado (22), em Joanesburgo, na África do Sul. No discurso, ele não citou os Estados Unidos, mas falou das ameaças de uso de força no território da América Latina e do Caribe.
“Conflitos como na Ucrânia e em Gaza, além das trágicas consequências humanas e materiais, produzem impactos significativos sobre a segurança energética e alimentar. No Sudão, temos a maior crise humanitária dos últimos anos sem perspectiva de solução. Os históricos problemas sociais e econômicos da América Latina e do Caribe não serão solucionados mediante ameaças do uso de força. Sem atender às necessidades dos países em desenvolvimento, não será possível restabelecer o equilíbrio global, nem assegurar prosperidade que seja sustentável no longo prazo”, disse.
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou ataques em mais de 20 embarcações no Pacífico, desde 2 de setembro, contra navios que supostamente transportavam narcóticos, segundo Washington, que não apresentou nenhuma prova para sustentar essas alegações.
Os ataques dos EUA aumentaram as tensões com a Venezuela e com a Colômbia, chamando a atenção para uma parte do mundo que recebeu recursos limitados dentro das forças militares dos EUA nos últimos anos.
O ditador venezuelano Nicolás Maduro tem alegado repetidamente que os EUA estão tentando expulsá-lo do poder.
A cúpula do G20 teve um marco inédito neste ano: a ausência do presidente dos EUA. Além de Donald Trump, os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, também não participarão do encontro (estes, porém, ainda enviarão representantes a Joanesburgo).
Tradicionalmente, o fórum discute mudanças climáticas e agenda econômica, mas neste ano, os países reunidos também devem se concentrar em discutir minerais críticos.
A cúpula visa promover a solidariedade e ajudar as nações em desenvolvimento a se adaptarem a desastres climáticos mais graves, transitarem para a energia limpa e reduzirem custos excessivos de suas dívidas.
Os países do G20 são vistos como vitais para moldar a resposta ao aquecimento global, já que representam 85% da economia mundial e mais de três quartos das emissões que contribuem para o aquecimento global.
Líderes que representam 80% da economia mundial, como França, Reino Unido, Japão, Alemanha, Brasil e Índia, estarão presentes.
Ataques dos EUA no Caribe e Pacífico
Desde o início de setembro, militares americanos efetuaram 21 ataques contra navios que supostamente transportavam narcóticos.
Até o momento, 83 pessoas morreram no Caribe e no Pacífico.
O ditador venezuelano Nicolás Maduro tem alegado repetidamente que a ofensiva militar é uma tentativa de Washington de expulsá-lo do poder.
Questionada sobre a expansão militar na região, a Casa Branca disse que o presidente Donald Trump prometeu em campanha enfrentar os cartéis de drogas da região.
O desenvolvimento militar na região é o maior não relacionado ao socorro em desastres desde 1994, quando os Estados Unidos enviaram dois porta-aviões e mais de 20 mil soldados para o Haiti para participar da “Operação Uphold Democracy.”


















