Acre

Moradores do Tucumã, Mocinha e Rui Lino denunciam falta d’água há sete dias

Por
Saimo Martins

Moradores dos bairros Tucumã, Mocinha Magalhães, Rui Lino 1, 2 e 3, além do Joafra, reclamam que há mais de sete dias não chega uma gota de água nas torneiras. O problema tem gerado inúmeras queixas, sobretudo porque muitas famílias não têm condições de contratar um caminhão-pipa.


Segundo eles, o abastecimento, que costumava ocorrer a cada três dias, não acontece desde a última quinta-feira. Dona Maria Oliveira, de 47 anos, reside no Mocinha Magalhães há mais de sete anos e, segundo ela, o problema tem sido constante. “Sempre falta, mas agora está demais. Quase sete dias sem água. Temos muitas coisas para fazer e pouca água”, disse.


O presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), Enoque Pereira, explicou ao ac24horas nesta quarta-feira, 19, que a interrupção é causada pela necessidade de reduzir a vazão devido ao aumento da turbidez da água após as chuvas. Ele afirma que, em condições normais, a vazão chega a 1.600 litros por segundo, mas foi necessário reduzir para 1.300 litros por segundo.


“A gente teve que reduzir a vazão em detrimento da turbidez desde sexta-feira, que se mantém alta demais. Na sexta, chegou à maior marca desde 2022, com 3.850 de turbidez — em 2022, havia chegado a 4.000. Não tivemos escolha. Reduzimos a vazão duas vezes, chegando a cerca de 20% de redução para evitar que a água chegasse suja”, declarou.


Enoque relatou que, na ETA 2 — responsável pelo tratamento da água da região da Bio-Tabu — a vazão estava em 850 litros por segundo. A equipe tentou aumentar para 900 ou 920, mas isso provocou alteração na qualidade da água. “Quando começa a sujar, precisamos parar o sistema para limpar. Ontem mesmo tivemos que suspender o tratamento por cerca de uma hora para restabelecer a qualidade”, explicou.


Segundo ele, a turbidez segue acima de 800, o que impede o funcionamento pleno das estações. “Tem áreas em que abastecemos por quatro ou cinco horas contínuas. Agora, temos que reduzir para três ou três horas e meia. É possível que algumas pessoas fiquem sem água”, afirmou.


O presidente do Saerb também destacou que o desperdício agrava o problema. “Muita gente desperdiça água. O vizinho da frente não vai conseguir pegar água se quem recebe não tiver o cuidado de fechar o registro ou usar boia na caixa d’água. Sempre pedimos isso.”


Enoque explicou que períodos de alta turbidez se repetem todos os anos, mas, em setembro, a situação foi especialmente crítica. “Normalmente, a turbidez alta dura dois ou três dias. Em setembro, foram nove dias seguidos. Agora, estamos desde sexta-feira — já são cinco dias consecutivos. Não tem o que fazer: precisamos baixar a vazão. Mas estamos monitorando para identificar o momento certo de aumentá-la novamente e restabelecer a normalidade.”


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Saimo Martins