Extra Total

Com guerra entre facções, Acre registra 159 mortes violentas até outubro

Por
Whidy Melo

O Acre registrou 159 mortes violentas intencionais (MVI) em 150 ocorrências entre janeiro e outubro de 2025, segundo dados atualizados do Painel de Acompanhamento do Ministério Público do Acre (MPAC), e a maior motivação para as fatalidades são o conflito entre facções criminosas. O número supera o do mesmo período de 2024, quando foram contabilizadas 146 vítimas em 138 ocorrências.


A distribuição mensal mostra oscilações ao longo do ano, com maio registrando o maior número de vítimas (23). Em seguida aparecem março (21) e agosto, setembro e outubro, empatados com 18 casos cada. Ainda assim, o trimestre final demonstra estabilidade, mesmo que em patamar elevado.


Mortes por mês em 2025:

Janeiro: 15


Fevereiro: 10


Março: 21


Abril: 11


Maio: 23


Junho: 12


Julho: 13


Agosto: 18


Setembro: 18


Outubro: 18


Rio Branco concentra mais da metade das ocorrências

A capital acumula 78 das 150 ocorrências, mais da metade de todos os registros no estado. Cruzeiro do Sul aparece em segundo lugar, com 19 ocorrências, seguido por Epitaciolândia (9) e Feijó (7). Os demais municípios variam entre um e cinco registros.


Ocorrências por município

Rio Branco (78); Cruzeiro do Sul (19); Epitaciolândia (9); Feijó (7); Assis Brasil (5); Sena Madureira (5); Senador Guiomard (5); Tarauacá (5); Mâncio Lima (4); Brasiléia (3); Capixaba (2); Jordão (2); Marechal Thaumaturgo (2); Plácido de Castro (2); Porto Acre (2); Porto Walter (2); Rodrigues Alves (2); Xapuri (2); Acrelândia (1); Bujari (1); Manoel Urbano (1).


Motivações, meios empregados e perfil

A predominância masculina permanece proporcionalmente alta: 88,05% das vítimas são homens, enquanto 11,95% são mulheres. A diferença segue tendência histórica observada em violência letal no Brasil.


Conflitos relacionados ao crime organizado continuam sendo o principal motivador de mortes no Acre. Ao menos 40,25% dos casos têm relação direta com disputas entre facções. Outros 21,38% ainda estão sob investigação e podem ter múltiplas origens. Motivações consideradas fúteis, torpes ou ligadas ao uso de álcool representam 18,87% dos casos. Feminicídios correspondem a 7,55%, enquanto intervenções policiais em serviço aparecem em 4,40%. Crimes passionais (3,14%) e latrocínios (2,52%) completam o perfil.


A arma de fogo permanece como o instrumento mais comum, sendo usada em 55,97% das mortes. Em 27,04% dos casos, o instrumento foi arma branca, e outros meios somam 16,98%.


Compartilhe
Por
Whidy Melo