Por suas diversas naturezas, para enfrentar os nossos criminosos, urge as efetivas ações do nosso Estado.
Só faltava esta: para se combater a nossa insegurança pública faz-se necessário que seja estabelecido, no nosso país, o crime de terrorismo. Não, os 50.000 brasileiros que são assassinados a cada ano em nosso país e os telefones celulares, que a cada dois minutos também são roubados, não poderão ser postos na conta dos narcoterroristas, e sim, daqueles que adentram no mundo do crime e sequer pertencem a nenhuma das nossas organizações criminosas.
Há mais de três décadas, quase a metade da população da nossa ex-cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro, vive sob o comando do CV-Comando Vermelho e a nossa exuberante cidade São Paulo, em grande parte, sob o comando do PCC-Primeiro Comando da Capital. A quem devemos responsabilizar pela insegurança pública dessas duas cidades se elas são, em todos os aspectos, as mais importantes do nosso país?
A insegurança pública do nosso país, em primeiríssima mão, é fruto da leniência ou até mesmo, da irresponsabilidade dos nossos governadores, não apenas dos atuais, sim e também dos seus antecessores, posto que, a maioria dos nossos crimes não vem sendo suficientemente investigado e tampouco julgado. É a partir das ações das polícias estaduais, as civis e militares, que o combate deveria ser feito.
Acontece que, e baseado na nossa própria constituição federal, não somente agora, mas já há bastante tempo, todos os nossos governadores, independente dos partidos políticos a que pertençam, e em todas as unidades da nossa federação, não admitirem partilhar a segurança pública dos seus respectivos Estados com o governo federal.
Como os criminosos não respeitam limites territoriais, digamos assim, ao cometerem um crime no Estado de Goiás, por exemplo, em poucas horas ou minutos, se encontrarão em Brasília, a nossa capital federal ou no Estado de Tocantins, seu vizinho, desta feita, bem longe das autoridades que efetivamente deveriam investigá-los.
A recente chacina humana, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, como não poderia deixar de ser, tomou conta do nosso noticiário e de forma bastante intensa, mas mesmo assim, como esperado, surgiu um verdadeiro jogo de empurra, o governador do Estado do Rio de Janeiro jogando a culpa pelo que aconteceu no governo federal, e este, na mesma moeda, devolve a culpa para o próprio governador.
Não será buscando um rótulo para o massacre humano que aconteceu no Estado do Rio de Janeiro que a sua segurança pública irá melhorar, ainda que o crime de terrorismo venha ser instituído.
Sobre a nossa criminalidade, resta dividir as responsabilidades.








