A crise diplomática causada pela crítica do chanceler alemão, Friedrich Merz, à cidade de Belém ganhou um novo e poderoso protagonista: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula utilizou um discurso em Tocantins nesta terça-feira (18) para rebater o líder da Alemanha com um tom nacionalista e carregado de orgulho cultural.
Em sua fala, o presidente não mediu palavras e fez uma comparação direta e desfavorável ao país europeu:
“Berlim não oferece 10% da qualidade do Pará.”
Cultura e Culinária contra a Burocracia
A defesa de Lula foi além da política e mergulhou na cultura e na culinária paraense. O presidente sugeriu que Merz, durante sua passagem pelo Brasil, ignorou a verdadeira experiência amazônica:
“Ele deveria ter conhecido a cultura e a culinária paraenses. Em vez de reclamar, poderia ter visitado estabelecimentos locais, dançado e experimentado pratos típicos, como a maniçoba.”
O comentário pitoresco de Lula adiciona uma camada de ironia ao debate. Em vez de focar apenas nas questões de infraestrutura que deram início à polêmica, o presidente defendeu a riqueza humana e cultural que a comitiva alemã teria perdido por focar apenas no aspecto burocrático e logístico do evento.
O Contexto da Crítica Alemã
A fala de Lula responde à declaração de Merz, feita em 13 de novembro, na qual o chanceler afirmou que a comitiva alemã havia ficado “satisfeita em deixar Belém” e retornar à Alemanha após compromissos relacionados à COP30.
Com a intervenção de Lula, a crítica isolada de um chanceler alemão se transforma em um incidente diplomático de alto nível, unindo o coro de repúdio que já contava com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e autoridades do Pará. O Presidente da República reforça, assim, a posição brasileira de defesa da cidade-sede e da organização da COP30.
Jornal Carioca


















