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“Se eu fosse escolher um dono pro Acre, seria Chico Mendes”, diz Gleici Damasceno

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A acreana Gleici Damasceno usou as redes sociais nesta segunda-feira, 17, para destacar o legado do líder seringueiro Chico Mendes e reforçar a importância da defesa da Amazônia em um momento em que o mundo volta os olhos para a floresta na COP30, realizada em Belém. Em vídeo, ela afirmou que, se pudesse escolher “um dono para o Acre”, esse nome seria o do ambientalista, assassinado em 1988.


Gleici destacou que o legado de Chico Mendes representa muito mais do que a defesa da natureza. Para ela, a “floresta em pé” simboliza proteção climática, justiça social e a sobrevivência tanto de quem vive na Amazônia quanto de quem está distante dela. “Na COP30, a luta que começou em Xapuri ganha força, porque falar de Amazônia é falar de água, de ar, de clima, de futuro”, afirmou. Ela ressaltou ainda que nenhuma discussão ambiental pode existir sem ouvir os povos da floresta e suas histórias de resistência.

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Em sua fala, a acreana relembrou momentos marcantes da trajetória do líder ambiental: “Se eu fosse escolher um dono pro Acre, com certeza eu escolheria Chico Mendes. Ele ganhou o Global 500 da ONU e colocou o Acre no mapa do mundo. Agora, com a COP30 acontecendo em Belém, o planeta inteiro fala daquilo que ele já falava há muito tempo: que a floresta é vida e que sem ela não existe futuro”.


Gleici relembrou a origem humilde do seringueiro, nascido em 1944 no Seringal Porto Rico, em Xapuri, no coração da Amazônia acreana. Chico cresceu acompanhando o pai no corte da seringa, estudou à luz de lamparina e só aprendeu a ler aos 19 anos — mas usou esse conhecimento para transformar não apenas a própria vida, como também a realidade de milhares de famílias da floresta.


A influenciadora destacou que a luta de Chico não era apenas pela preservação ambiental, mas pelo direito dos seringueiros, ribeirinhos e povos indígenas de viverem da floresta sem destruí-la. “Ele sonhava que o trabalho dessas pessoas tivesse valor, que o preço da borracha e da castanha refletisse o valor da floresta. Ele organizou sindicatos e criou os empates, manifestações pacíficas que impediam o desmatamento”, disse.


Gleici lembrou que, nos anos 1980, Chico Mendes passou a ser reconhecido internacionalmente, tornando-se um símbolo global de resistência ambiental. Mesmo ameaçado, não deixou Xapuri. “Ele dizia que a luta dele era ali, onde a floresta tinha nome e rosto”, afirmou. Em 1988, um ano após receber o prêmio da ONU, Chico Mendes foi assassinado na porta de casa, gerando comoção mundial.


Segundo Gleici, o legado do líder permanece vivo nas reservas extrativistas — modelo defendido por ele e que hoje protege milhões de hectares na Amazônia. “É a prova viva de que o modelo que o Chico acreditava funciona”, destacou. Ela também relembrou uma das frases mais marcantes do ambientalista, escrita pouco antes de sua morte em uma carta direcionada aos jovens do futuro: “No começo, pensei que estava lutando para salvar as seringueiras. Depois, pensei que estava lutando para salvar a Amazônia. Agora percebo que estou lutando pela humanidade.”


Ao encerrar sua mensagem, Gleici ressaltou que o espírito de Chico Mendes segue presente em cada luta pela vida na Amazônia. “Chico Mendes foi assassinado em 1988, mas o que ele plantou segue crescendo. Ele renasce em cada voz que hoje luta por um planeta vivo”, declarou. Para ela, o Acre e o mundo seguem colhendo os frutos do legado do seringueiro que transformou a defesa da floresta em um movimento global.


Assista ao vídeo:


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