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Rondônia se torna principal rota de entrada do mercúrio ilegal na Amazônia

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Rondônia consolidou-se como uma das principais portas de entrada do mercúrio ilegal usado no garimpo na Amazônia. O metal cruza a fronteira entre Guajará-Mirim (Brasil) e Guayaramerín (Bolívia) e, já em território brasileiro, é distribuído clandestinamente para regiões de mineração ilegal.


A rota é detalhada no estudo “Mercúrio na Amazônia: redes criminosas transnacionais, vulnerabilidade socioambiental e desafios para a governança”, produzido pela Abin, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Segundo o documento, fatores políticos, econômicos e geográficos impulsionaram o papel estratégico de Rondônia nas atividades ilícitas.

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A mudança no fluxo do mercúrio começou após 2015, quando o Peru — então principal ponto de contrabando na região — passou a adotar as regras rígidas da Convenção de Minamata, reduzindo o uso do metal na mineração. Com isso, a Bolívia assumiu o protagonismo: entre 2015 e 2021, tornou-se o segundo maior importador de mercúrio do mundo, com volumes muito superiores ao consumo interno, reforçando a suspeita de reexportação ilegal.


Sem legislação restritiva e com posição geográfica estratégica, a Bolívia faz fronteira com quatro estados brasileiros — Acre, Rondônia e Mato Grosso dentro da Amazônia Legal. Um relatório do ICMPD classifica a fronteira Brasil–Bolívia como “imaginária”, por não contar com controle migratório nem alfandegário, condição que facilita o contrabando. A polícia afirma ter intensificado ações na região.


Em Rondônia, a capital Porto Velho funciona como ponto central de redistribuição do mercúrio contrabandeado, que segue para áreas de garimpo como os rios Madeira e Tapajós. Segundo o estudo, enquanto a Bolívia atua como um “depósito legal” do metal, a fronteira rondoniense funciona como uma “torneira clandestina” aberta ao tráfico.


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