O gestor apresentou avanços de Xapuri na área ambiental e projetos urbanos sustentáveis
O prefeito de Xapuri, Maxsuel Maia, ampliou sua presença na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), realizada em Belém (PA), ao participar de diferentes debates sobre governança, justiça climática e sustentabilidade urbana. Representando o município acreano símbolo da luta ambiental de Chico Mendes, o gestor reforçou a necessidade de que os recursos discutidos no cenário internacional alcancem efetivamente os territórios onde vivem as populações amazônicas.
Nesta sexta-feira, 14, ele integrou a programação oficial ao participar do painel “Cooperação para o Desenvolvimento Urbano Sustentável da Amazônia (DUSA)”, promovido no Pavilhão CAU/SP, na Zona Verde da COP-30. O encontro apresentou iniciativas que articulam dados, ações e redes para fortalecer políticas públicas urbanas em cidades da Amazônia Legal, reunindo especialistas, gestores municipais e lideranças da área de planejamento urbano. O prefeito de Xapuri foi um dos painelistas ao lado de representantes do CAU/PA, do Laboratório da Cidade de Belém e da Secretaria de Meio Ambiente de Marituba.
Na intervenção, o prefeito destacou a urgência de fortalecer a cooperação multinível para garantir que municípios pequenos, como Xapuri, tenham acesso a ferramentas, financiamento e capacidade técnica para enfrentar desafios estruturais. Ele ressaltou que, apesar do reconhecimento internacional pelo legado de Chico Mendes, a cidade enfrenta problemas severos, como a pior qualidade do ar registrada no Brasil em 2023 e a ausência de um sistema adequado de saneamento básico e gestão de resíduos sólidos.
“Sou da cidade de Chico Mendes, mas também pertenço a um município que, em pleno 2025, ainda enfrenta a ausência de um plano de saneamento adequado e carece de um sistema eficiente para gestão de resíduos sólidos. Para que possamos avançar, é fundamental promover a cooperação técnica e investir em projetos de qualidade”, afirmou.
Maia levou falas fortes em defesa dos povos que habitam a floresta, enfatizando que não é possível discutir justiça climática sem, antes, garantir justiça social. Segundo ele, os bilhões anunciados nas negociações climáticas devem se traduzir em melhorias concretas para quem vive nas florestas, ribeirinhos, assentamentos e zonas urbanas periféricas da Amazônia.
“Eu tenho defendido aqui o protagonismo dos municípios, que é onde as pessoas vivem. Ninguém mora na União, ninguém mora em estado, e não tem como falar sobre justiça climática sem falar antes em justiça social. Não tem como traçar perspectivas para o futuro sem cuidar primeiro da qualidade de vida de quem habita na floresta hoje”, reforçou.
Além de representar Xapuri, Maxsuel Maia integrou a mesa como representante da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), onde destacou o papel das pequenas cidades amazônicas na implementação de políticas públicas. A presença do prefeito dialogou diretamente com as iniciativas apresentadas no painel, que incluem ferramentas como a plataforma GeoReDUS para análise de dados territoriais e o Mutirão ReDUS, que mapeou mais de 370 ações de sustentabilidade urbana no país.

O gestor aproveitou o momento para divulgar avanços recentes do município. Entre os anúncios estão os projetos de revitalização do Túnel das Seringueiras, na Estrada da Borracha (AC-485), e o plantio do Portal dos Ipês, na Estrada da Variante (AC-380). O prefeito também divulgou a conclusão do primeiro Plano Municipal de Resíduos Sólidos de Xapuri, elaborado após mais de 120 anos de história do município, que será apresentado à Câmara de Vereadores e à sociedade no próximo dia 9 de dezembro.
Em sua estadia na conferência, Maxsuel Maia visitou o Espaço Chico Mendes, montado para celebrar a trajetória do líder seringueiro que projetou Xapuri no cenário mundial. Ele ressaltou que manter viva essa memória é fundamental para orientar políticas públicas que unam conservação ambiental, inclusão social e desenvolvimento econômico.
Ao longo dos debates, o prefeito reafirmou o compromisso de Xapuri com um modelo de desenvolvimento sustentável que respeite o território, valorize as comunidades tradicionais e fortaleça o papel dos governos locais. Um discurso que ecoa o legado de Chico Mendes e busca reposicionar a cidade acreana no centro das discussões climáticas internacionais.


















