Meu amigo, de faz é hora, me alertou que eu, quando publico algo no Facebook, marco umas cem pessoas de meus contatos, porém poucas curtem e menos ainda comentam. O Altino, que me ensinou a usar esse negócio de mídia social, tem razão. Cerca de uns dez por cento das criaturas virtuais participam, interagem, cutucam. Pouquíssimos demonstram interesse ou agrado pelo que amostramos. Vou passar a postar nudes, porque poesia e crônicas do cotidiano não dão acesso. É coisa que não bomba.
Vou falar mal de “amigos”, vou xingar ideologias, vou escrachar evangélicos, daimistas, o Papa. Serei homofóbico, apologista de qualquer coisa. Vou dizer em quem votarei ou não no próximo pleito. Postarei, doravante, imagens terríveis de gente morrendo e também vídeos de dancinha da hora, de menina de bunda de fora. Falarei do político safado da hora, que foi preso com mala cheia de bilhão. Escreverei mais besteiras que escrevo agora… Quem sabe – né não? – ganharei muito mais visão.
Meu amigo tem razão. Escrevo, falo com essas mesmas letras que gostaria de vê-las escritas de volta pra mim opinando, fazendo-se presentes. Me dá raiva do Altino, só porque ele tem razão. Meu amigo, que não é virtual, que é sujeito do bem, que me recebe em sua varanda, inda coa café quentinho pra eu beber é caboco do vera mesmo. O virtual não chega nem perto da realidade que ele é. Portanto, doravante, nas minhas postagens não marcarei mais ninguém, fora tu, mano véi Altino Machado!