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Análise: PF faz Lula e Bolsonaro “sócios” na crise do INSS

Agência Brasil e STF

A nova fase da Operação Sem Desconto, da PF (Polícia Federal), colocou os governos Lula (PT) e Bolsonaro (PL) como “sócios” da crise do INSS. Ambos foram atingidos por suspeitas de que integrantes de suas gestões participaram do esquema ilegal de descontos irregulares de aposentados e pensionistas.


O novo cenário deve forçar os dois lados a recalibrarem seus discursos sobre a origem do esquema fraudulento.


Quando o escândalo estourou em abril deste ano, oposição e governistas passaram rapidamente a apontar o adversário como responsável pela gênese da fraude. Entidades investigadas teriam descontado irregularmente R$ 6,3 bilhões de beneficiários do INSS entre 2019 e 2024.


Agora, a investigação alcançou Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS nomeado na atual gestão, e José Carlos de Oliveira, que presidiu o órgão e foi ministro da Previdência de Bolsonaro.


Os dois foram alvo da operação desta quinta-feira (13). Stefanutto teve a prisão preventiva decretada, enquanto Oliveira passou a cumprir medidas cautelares com o uso de tornozeleira eletrônica.


Segundo a PF, Stefanutto recebia propina de R$ 250 mil por mês entre junho de 2023 e setembro de 2024, período em que comandava o INSS na gestão Lula. Para os investigadores, o ex-presidente do INSS atuava como “facilitador” do grupo criminoso que operava no órgão. A defesa dele afirma que Stefanutto é inocente.


Já José Carlos de Oliveira, agora chamado Ahmed Mohamad Oliveira, foi citado como peça central na articulação do esquema envolvendo a Conafer. A PF afirma ter “fortes indícios” de que as fraudes continuaram enquanto ele esteve à frente do Ministério do Trabalho e Previdência Social no governo Bolsonaro.


Ainda sob o impacto das novas revelações e sem clareza sobre a dimensão dos próximos desdobramentos, governo e bolsonaristas ensaiam discursos para se afastar do escândalo.


No Planalto, a avaliação é que a investigação só avançou porque os mecanismos de controle funcionaram. A leitura é de que PF e CGU atuaram com autonomia e desmontaram um esquema iniciado em outra gestão.


O governo Lula tenta marcar que não houve blindagem a ninguém no INSS e que a apuração reforça o compromisso com fiscalização, correção de desvios e ressarcimento de aposentados e pensionistas.


No campo bolsonarista, o discurso busca desvincular o ex-presidente do caso. Aliados afirmam que José Carlos, apesar de ter comandado o INSS e ocupado o ministério, não mantinha relação pessoal com Bolsonaro. A orientação é reforçar confiança na investigação e negar qualquer responsabilidade política sobre o esquema.


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