O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) deflagrou nesta quinta-feira (13) a Operação Godos, considerada a maior já realizada pelo órgão. A ação mira uma organização criminosa suspeita de extorsão, tortura, desmatamento e lavagem de dinheiro, com bloqueio judicial de mais de R$ 2 bilhões em bens e o cumprimento de 50 mandados de prisão temporária.
A operação ocorre em quatro estados — Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará — e envolve 500 agentes de diversas instituições. Segundo o MP, um vereador de Nova Mamoré (RO) está entre os presos, mas o nome dele não foi divulgado. Além das prisões, foram expedidos 120 mandados de busca e apreensão.
As investigações começaram em setembro de 2022, após denúncias de extorsões na zona rural de Porto Velho. O grupo agia principalmente em Nova Mutum Paraná, onde coagia produtores rurais a entregar parte de suas terras, usando armas de uso restrito e contratos falsos de compra e venda. Quem resistia era alvo de ameaças, agressões e destruição de bens.
As terras tomadas eram vendidas a terceiros, e o dinheiro era lavado por meio de “laranjas”, empresas de fachada e imóveis. Entre 2020 e 2025, os investigados movimentaram mais de R$ 110 milhões em contas bancárias.
De acordo com o MP-RO, o grupo desmatou 25 mil hectares — o equivalente a 35 mil campos de futebol — causando danos ambientais e econômicos superiores a R$ 2 bilhões.
A operação conta com o apoio das polícias de Rondônia, Amazonas e Pará, além do Corpo de Bombeiros, Sedam, Sesdec, DER e Ministério Público do Mato Grosso.


















