Quem mais reclama que no nosso país a censura existe são os que mais abusam de sua liberdade.
A liberdade tem os seus próprios limites, e se não houvesse, a vida em sociedade se tornaria impossível. Para Jean-Paul Sartre, “ser-se livre não é fazemos tudo que queremos, mas querer-se aquilo que se pode.
Lamentavelmente, no nosso país, muitos daqueles que fazem as suas próprias escolhas não avaliam as suas consequências e acabam cometendo crimes, e quando acionados judicialmente, reage: “E a minha liberdade deixou de existir!”
Liberdade significa responsabilidade, sobretudo, quando utilizada para acusar alguém sem dar-lhes o mais legítimo de todos os direitos, o direito de defesa.
Acontece que, dado os avanços dos nossos meios de comunicação, da internet, particularmente, que a liberdade de manifestação vem merecendo algumas regulamentações, poucas de passagem, mas não censurada. Não fosse assim os libertinos se sentiriam à vontade para divulgar tudo que viesse ser dos seus próprios interesses.
À propósito, as legiões de blogueiros que trabalham à soldo, ou seja, em troca de pagamentos, têm crescido de forma exponencial e na nossa atividade política, sobremaneira. Para muitos deles, acusar esta ou aquela autoridade de desonesta, e até mesmo de gatunagem, não tem se constituído o menor obstáculo.
Recentemente ouvi de um jovem deputado federal, em se reportando ao STF-Supremo Tribunal Federal, que o mesmo estava majoritariamente composto por juízes parciais, partidários e desonestos. Casos assim deveriam receber uma pronta resposta, jamais ficar o dito pelo não dito. Chega de liberdades sem responsabilidades.
Se não bastasse as graves acusações contra os integrantes das nossas instituições, elas próprias vêm se tornado alvos das mais gravíssimas acusações. Sem dúvidas, o referenciado parlamentar, estaria confundindo sua imunidade parlamentar com sua própria impunidade.
Como o meu propósito é combater o crime e não o criminoso, ou religiosamente falando, o pecado e não o pecador, no nosso ambiente político, raríssimos são, entre os nossos detentores de poder, àqueles que já não foram acusados de corruptos, ou numa linguagem ainda mais desmoralizante, de ladrões.
Qual entre os tantos acusados vem ser àquele que, volta e meia, é acusado de ser um ladrão de nove dedos? Qual àquele que, também, volta e meia, é acusado de genocida?
Bem disse Thomas Jefferson, ex-presidente dos EUA: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”, e nos seus tempos, a internet não existia.