Foto: Iago Nascimento/ac24horas
O programa Médico 24 Horas, exibido nesta segunda-feira (10) pelo ac24horas.com e pelas redes sociais do jornal, recebeu o urologista Dr. Felipe Oliveira. A conversa, conduzida pelo médico e apresentador Dr. Fabrício Lemos, abordou desde o rastreamento do câncer de próstata até questões como fimose, circuncisão e o uso inadequado de medicamentos para disfunção erétil por homens jovens.
Logo no início, Dr. Felipe reforçou a importância da campanha ao destacar que muitos homens evitam consultas de rotina. “Novembro Azul é uma ideia genial porque traz o homem para dentro do consultório. É a oportunidade de falarmos sobre prevenção”, afirmou. Ele explicou que o câncer de próstata é o mais comum entre os homens, excetuando os de pele, e alertou sobre o impacto do diagnóstico precoce: “Se descoberto no início, as chances de cura ultrapassam 90%”.
O urologista detalhou que o rastreamento é feito por meio do PSA, exame de sangue, e do toque retal – este último ainda frequentemente cercado de tabus. “O toque dura três segundos e pode salvar a vida de um paciente. Precisamos desmistificar esse exame”, disse. Ainda assim, ressaltou que a decisão de realizá-lo depende da análise individual de cada caso. “Nem todo mundo vai precisar fazer o toque, especialmente quando o PSA é muito baixo e o paciente não tem fatores de risco”, explicou.
Sobre o momento adequado para iniciar o rastreamento, Dr. Felipe citou as diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia. “A recomendação geral é começar aos 50 anos, mas para quem tem histórico familiar, é negro ou obeso, esse início deve ser antecipado para 40 ou 45 anos. Quando dá sintoma, geralmente é porque já está avançado”, pontuou.
Foto: Iago Nascimento/ac24horas
O especialista também abordou condições relacionadas ao prepúcio, como fimose e parafimose. Ele explicou que a dificuldade de expor a glande caracteriza a fimose e que, quando a pele passa e não retorna, ocorre a parafimose, situação que exige atendimento imediato. “A circuncisão é uma cirurgia simples, mas que pode evitar infecções recorrentes e até câncer de pênis em casos de higiene muito prejudicada”, destacou. Dr. Felipe lembrou que a falta de higienização adequada tem impacto direto na saúde íntima: “O acúmulo de secreções e a dificuldade de limpeza favorecem infecções que se repetem e podem evoluir para problemas mais sérios”.
Um dos momentos de maior alerta da entrevista foi quando o urologista tratou do aumento do uso de medicamentos para ereção entre jovens, especialmente a tadalafila. Segundo ele, a banalização da droga é preocupante. “Tem muito jovem usando tadalafila sem necessidade, criando dependência psicológica. Ele começa a achar que só funciona com o remédio”, afirmou. O risco aumenta quando o uso é associado a outras substâncias ou quando o paciente tem problemas cardíacos não diagnosticados. “A gente não pode liberar medicação sem saber se o coração aguenta o esforço físico envolvido na relação sexual”, frisou.
Foto: Iago Nascimento/ac24horas
Dr. Felipe explicou ainda os passos do tratamento quando os comprimidos não funcionam. “Depois dos medicamentos orais, temos a terapia injetável, que o paciente aprende a aplicar sozinho”, disse. Em casos mais complexos, o recurso é a prótese peniana. “A prótese maleável fica sempre rígida, mas pode ser posicionada; já a inflável é mais moderna e permite uma ereção mais natural, acionada por uma pequena bomba próxima aos testículos”, explicou.
Ao final da entrevista, o urologista reforçou que a consulta urológica vai muito além da próstata. “Novembro Azul é uma porta de entrada para cuidar do homem por inteiro. É hora de avaliar colesterol, glicemia, saúde sexual e orientar para outras especialidades quando necessário. Muitos homens só chegam ao consultório aos 50 anos. Precisamos mudar essa realidade”, afirmou.
Veja a entrevista completa:
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