O Acre deu mais um passo decisivo rumo ao protagonismo no mercado internacional de cafés especiais. A etapa “Robusta Amazônico” do programa Exporta Mais Brasil: Cafés Especiais, realizada em Rio Branco nos dias 2 e 3 de novembro, movimentou compradores globais, produtores rurais e referências do setor, gerando R$ 14 milhões em negócios, dos quais R$ 4,4 milhões já firmados e R$ 9,4 milhões previstos para os próximos 12 meses.
Foram 9 compradores internacionais, representando Estados Unidos, Chile, Espanha, Croácia, Rússia, Israel, Emirados Árabes Unidos, China e Tailândia, 34 produtores rurais vendedores e 47 amostras amazônicas avaliadas em sessões de degustação profissional (cupping).
A ação foi promovida pela ApexBrasil, sob liderança do presidente Jorge Viana, em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Caferon. Pela primeira vez, uma etapa vinculada à Semana Internacional do Café (SIC), considerada o maior evento da cafeicultura brasileira, foi realizada fora de Minas Gerais, com o Acre como protagonista.
Visitas técnicas e degustação profissional marcaram a agenda
No domingo (2), a comitiva visitou uma propriedade produtora de café robusta amazônico na Vila Pia, BR-317, observando sistemas produtivos, pós-colheita e manejo sustentável conduzidos por pequenos e médios produtores.
Na segunda (3), o Restaurante Mata Nativa recebeu a sessão internacional de cupping, onde compradores avaliaram cafés acreanos e amazônicos diretamente com produtores, em um modelo comercial direto, sem intermediários, que fortalece o produtor local.
Entre os presentes estavam João Travain, presidente da Caferon, e Carmen Lúcia Chaves de Brito, a “Ucha”, vencedora do Cup of Excellence 2025, maior prêmio mundial para cafés naturais.
“Resultado histórico e sonho realizado para a Amazônia”, destaca Jorge Viana
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou o impacto da agenda e os resultados alcançados:
“Como presidente da Apex e acreano, estou muito feliz com o resultado dessa missão. Trouxemos compradores internacionais, aproximamos produtores e mostramos ao mundo a qualidade do nosso café amazônico. Ver sacas do Acre vendidas por mais de R$ 5 mil e produtores de Mâncio Lima, Acrelândia e Alto Acre alcançando valores históricos é um sonho realizado”.
“Temos produtores que, mesmo com pouco apoio, estão fazendo café de qualidade. Nosso papel é abrir portas, trazer compradores e criar oportunidades. Conseguimos quase R$ 5 milhões em negócios imediatos e previsão de R$ 14 milhões. É assim que vamos transformar a economia, apoiando quem trabalha”.
Jorge também destacou o papel dos produtores que estão acreditando e investindo no café, e fez agradecimento em nome de todos produtores, ao presidente da Coopercafé, ex-deputado estadual Jonas Lima, liderança que tem atuado para fortalecer a cafeicultura regional:
“Quero agradecer de maneira especial aos produtores rurais, na pessoa do Jonas Lima, presidente da Coopercafé, que tem feito um trabalho extraordinário em Mâncio Lima e em toda a região na consolidação da cadeia do café. Essa conquista é de todos os produtores que acreditaram, que se dedicaram e que participaram dessa missão histórica.”
“O Acre vive um momento histórico na cultura do café. Estamos construindo uma nova matriz econômica baseada em sustentabilidade e qualidade. Esse é apenas o começo”.
Nova fronteira econômica para o Acre
A iniciativa integra ações da ApexBrasil, BSCA, Caferon, Embrapa, cooperativas e governo estadual, e reafirma o Acre como novo polo de produção de cafés especiais da Amazônia, fortalecendo a bioeconomia e gerando renda com floresta em pé.
Segundo Jorge, o desafio agora é ampliar mercados e consolidar o Estado como referência global:
“O Acre tem futuro, e o café já é uma das grandes forças dessa transformação. Este foi um excelente resultado, mas vamos conseguir ampliar em breve”.