Narciso em 30 Linhas

Chega de espetáculos

Por
Narciso Mendes

Os espetáculos midiáticos quando compartilhados com as nossas redes sociais não produzirão bons resultados.


De espetáculos em espetáculos, a nossa democracia pouco tem a ganhar e muito tem a perder, até porque, as paixões daqueles que os promovem e veiculam sempre se afastam da razão, e como esta nem sempre é única, não sugerem os melhores caminhos. Bem disse Cecília Meireles: “Pelos caminhos do mundo, nenhum destino se perde: há os grandes sonhos dos homens e a surda força dos vermes”.


Lamentavelmente, e em proveito próprio, os nossos partidos políticos e seus seguidores, têm optado pelos espetáculos e em absoluto menosprezo a lógica e razão.  O espetáculo do momento foi o morticínio humano que recentemente aconteceu no Estado do Rio de Janeiro.


Em sendo a hipocrisia a homenagem que o vício empresta a virtude, segundo François de La Roche Foucauld, por certo, já passou da hora de darmos um chega pra lá nos nossos teimosos espetáculos, em particular, os decorrentes da surda força dos vermes.


O que aconteceu no Estado do Rio de Janeiro, só veio realçar o quanto a nossa segurança pública vem sendo muitíssima maltratada. Portanto, não é esta e nem aquela instituição, nem é a esta e nem aquela autoridade que estamos a tratar, e sim, de todas elas.


Aos integrantes, e em especial, aos chefões das nossas organizações criminosas, só interessam as vantagens decorrentes dos seus próprios crimes. A eles, pouco importa se o presidente da República pertence ao partido “X”, se o governador ao partido “Y e o prefeito ao partido “Z”, menos ainda, os interesses públicos.


Portanto, nada mais preocupante do que assistirmos as mais esfarrapadas justificativas que estão sendo apresentadas sobre o massacre que ocorreu no Estado do Rio de Janeiro, em particular, as de autoria do governador Cláudio Castro.


A ele, se me fosse dado à oportunidade, perguntaria: quem comanda a polícia civil e a polícia militar do Estado do Rio de Janeiro? E mais: por que nas suas várias versões o crime que vem tomando conta do nosso país e de forma crescente?


Como os questionamentos que ora faço não irão chegar ao conhecimento do governador Cláudio de Castro, nada justifica que as dezenas, e quem sabe até, as centenas de milícias presentes no Estado do Rio de Janeiro estejam sendo poupadas, e por vezes, ocultadas.


Narcotraficantes e milicianos, na escola criminosa, praticamente se equivalem, e contra ambos, defendo que sejam duramente investigados e penalizados. Do contrário, e com o passar dos tempos, os narcotraficantes e os milicianos voltarão a ocupar o nosso noticiário.


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Narciso Mendes