Valterlucio B. Campelo

Alan Rick volta ao PR em grande estilo

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Valterlucio Campelo

Estive neste último sábado, 08/11, no ato de filiação do Senador Alan Rick ao Republicanos, ocasião em que foi lançada sua pré-candidatura ao Governo do Estado do Acre, em 2026. No palco, o presidente nacional do PR, as ex-ministras Damares e Cristiane e deputados do partido em outros estados, além de líderes acreanos locais e de vários municípios. No telão, senadores e o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, provável candidato à Presidência, manifestaram endosso ao retorno do senador acreano ao Republicanos, partido pelo qual foi eleito em sua primeira candidatura a deputado federal. Na plateia, enorme, gente, gente do povo, gente simples, pessoas com as quais cruzamos no dia a dia, gente que expressa com naturalidade sua preferência.


Acompanhei com muita atenção cada um dos discursos, procurei entender a natureza e a profundidade de cada manifestação, quis entender o alcance e o significado de cada fala, de cada expressão, o comportamento da plateia, penso que é o melhor jeito de medir o alcance dos líderes, a importância de suas opiniões. Na quietude, olhares e ouças atentas são quase infalíveis.


Pois bem! Vi um ambiente de clara euforia, de esperança e de adesão. Vi uma multidão firmada em um propósito liderado pelo senador Alan Rick, vi uma demonstração de força que vai além da mediação de rótulos e emblemas ideológicos. É como dizer que além do que é, do que estamos assistindo, pode vir algo maior, melhor.


Essa impressão parece “bater” com as últimas pesquisas, que acham o Senador Alan Rick a léguas de distância dos opositores. Me dispenso aqui de repetir os números, basta ver que dão ao Alan Rick índices equivalentes a todos os adversários somados. Esta é uma posição que ao longo dos últimos meses vem se consolidando, numa demonstração de força que vem por fora dos cargos e favores e induções e coações e negociações de praxe.


Sim, alguns dirão que ainda é cedo, que a força do poder será implacável, que nada vence a grana e o poder da máquina. Há muita gente apostando nisso como se soubesse que, ao cabo, os poderosos sempre vencem e sobra alguma migalha da mesa do poder. Contudo, penso que, embora a força governamental trabalhe para se perpetuar, como sempre, a realidade se imporá por si mesma, pondo em evidência as contradições internas na direita e suas repercussões na vida do cidadão.


É importante considerar que com a esquerda “morta” em relação ao governo do Acre, a direita terá que se diferenciar internamente para que o eleitor se situe. Aviso, não se trata de saber quem é mais “bolsonarista”, isso seria uma babaquice que somente um tolo abraçaria. Trata-se de saber quem, na direita, tem mais e melhores condições de apresentar com maior vigor um projeto de desenvolvimento para o Acre, e de como será possível avançar em uma gestão mais focada em resultados.


Os dados da última pesquisa divulgada, de certo modo, apontam para uma expectativa sólida de mudança que não represente um retorno ao lulopetismo. Pelo menos por enquanto, o acreano aceita mudar, mas não muito, não quer retornar ao fracasso. Basta ver que o provável candidato da esquerda se arrasta em índices rasos nas pesquisas, praticamente não conta. É como se, na direita, fosse discutido quem poderá, entre muros, com mais competência e firmeza, dar mais energia e qualidade ao processo que estamos experimentando nos últimos anos. Felizmente, apesar de Lula estar no poder, poucos cogitam votar em seus representantes no Acre.


Não resta dúvida, portanto, que o senador Alan Rick se apresenta com muita chance de continuar atraindo o voto do eleitor médio acreano, ou seja, aquele que atento ao “andar da carruagem”, percebe e mede as condições de cada candidato e não tem medo de apostar na renovação na própria direita. Então, parece razoável dizer, considerando o vigor demonstrado pelo senador, jovem, experiente, articulado, já consolidado nas pesquisas eleitorais em primeiro lugar muito à frente dos opositores, que o processo eleitoral do próximo ano apresentará, no mesmo campo ideológico, um confronto entre o que que é e o que pode vir a ser, entre o presente já conhecido e o futuro a ser construído.


É claro que muito tempo nos separa do pleito e, dada a dinâmica eleitoral, o que está hoje assentado poderá mudar completamente, é da democracia, é do jogo dos agentes políticos. De todo modo, pode-se dizer com razoável chance de acerto que o evento de filiação ao PR e pré-candidatura do senador Alan Rick ao governo do Acre, combinado com sua performance apurada nas pesquisas eleitorais, o consolida na prateleira superior da disputa de 2026 e faz se mexer todo o status quo. 



Valterlucio Bessa Campelo escreve semanalmente nos sites AC24HORAS, DIÁRIO DO ACRE, ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites. Seu último livro, “Arquipélago do Breve”, encontra-se à venda através de suas redes sociais e do e-mail valbcampelo@gmail.com.


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