O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) foi apontado pelo portal Metrópoles por empregar quatro familiares em seu gabinete na Câmara dos Deputados — a companheira, uma cunhada e dois concunhados. Segundo a reportagem, os salários pagos ao grupo somaram mais de R$ 2,1 milhões.
A companheira do parlamentar, Elizabeth Dias de Oliveira, é secretária parlamentar desde abril de 2020 e recebeu cerca de R$ 1,2 milhão no período. A irmã dela, Naara Star de Oliveira Souza Dias, foi nomeada em 2022 e obteve R$ 386,5 mil. A concunhada, Gabriela Aparecida de Lima Oliveira, também ingressou no gabinete no mesmo ano e acumulou R$ 532,7 mil, após aumento salarial de mais de 500%. Já Luy Ferreira Sobral, namorado de Naara, recebeu R$ 23,8 mil entre agosto e setembro.
Após a divulgação do caso, o gabinete do deputado informou que nenhum dos quatro permanece na equipe.
A situação reacendeu o debate sobre nepotismo no serviço público. O Supremo Tribunal Federal (STF) proíbe a nomeação de cônjuges e parentes até o terceiro grau para cargos de confiança, e o Tribunal de Contas da União (TCU) reconhece a união estável como vínculo que configura afinidade.
A Câmara dos Deputados afirmou que segue regras próprias, previstas na resolução nº 1/2007, que também veda a contratação de familiares nessas condições.
Eleito em 2018 e reeleito em 2022, Chrisóstomo viu seu patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) crescer de R$ 302 mil para R$ 847 mil entre as duas eleições. O Metrópoles lembra que não é o primeiro caso de parlamentar do PL acusado de empregar familiares em gabinete.