Juruá

Mais de cem indígenas acreanos vão participar da COP30 em Belém

Por
Sandra Assunção

Mais de cem indígenas de diferentes povos do Acre seguiram nesta quinta-feira, 6, para Belém, capital do Pará, onde vão participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Conferência das Partes – COP30, que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro. Na comitiva há indígenas das etnias Puyanawa, Ashaninka, Shanenawa, Shawadawa, Huni Kuin, também conhecidos como Kaxinawá, Noke Koi mais conhecidos por Katukina e os Yura, de recente contato.


O evento, que é precedido pela cúpula de chefes de Estado, ocorre anualmente, reunindo líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil para discutir o futuro do planeta, por meio de ações para combater as mudanças climáticas.


Cristiane de Araújo Maia, 27 anos, do Povo Puyanawa de Mâncio Lima, acadêmica de engenharia florestal da Universidade Federal do Acre – Ufac Campus Floresta de Cruzeiro do Sul, integra a delegação. A participação acontece por meio do Instituto INU e da Federação do Povo Huni Kuin do Acre -FEPHAC. Ela diz que a ida reforça o protagonismo dos povos indígenas na preservação da Amazônia e na construção de soluções concretas para enfrentar as mudanças climáticas.



“O momento é de extrema importância, pois nós povos indígenas somos os verdadeiros protetores das florestas. Participar da COP 30 é uma oportunidade de mostrar ao mundo que a demarcação das terras indígenas é uma ação efetiva no combate à crise climática. Além disso, essa vivência contribui muito para a minha formação em Engenharia Florestal, pois amplia meu olhar sobre as políticas ambientais e o papel do conhecimento tradicional na gestão e conservação das florestas”, pontuou ela ressaltando as possibilidades do evento e a forte presença feminina indígena na COP30.


“Também destaco que o encontro com povos de todo o mundo fortalece o diálogo e a criação de pactos que possam financiar ações climáticas concretas nas comunidades indígenas. Além disso, ressalto o protagonismo feminino dentro do evento, a participação das mulheres indígenas se destaca, porque ocupar esse espaço com nossos corpos-territórios é reafirmar que sem as mulheres indígenas não há justiça climática”, concluiu.


Além desta delegação, outro grupo de 54 pessoas seguiu para Belém pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira -Coiab e pela Manxinerune Tsihi Pukte Hajene, também denominada de MATPHA, uma associação civil, de direito privado, sem fins lucrativos, com sede na cidade de Rio Branco que apoia as comunidades indígenas.


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Sandra Assunção