O plenário do Fórum Criminal de Rio Branco será palco, na próxima segunda-feira (10), de um dos julgamentos mais aguardados do ano na região. A partir das 8h30, sentará no banco dos réus o ex-vereador Mauristélio Tessinari de Souza, conhecido como “Téio Tessinari”, que será julgado pelo corpo de jurados da 1ª Vara do Tribunal do Júri, acusado de homicídio triplamente qualificado.
Ele foi denunciado pelo Ministério Público pelo assassinato do pequeno pecuarista Antônio Deuzimar Santiago da Silva, o “Deuzinho”, de 49 anos, executado com três tiros disparados pelas costas. O crime ocorreu em território boliviano, em um ramal da Vila Maparro, onde ambos possuíam propriedades e criavam gado, em junho de 2022. “Téio Tessinari” alega ter agido em legítima defesa, afirmando que “Deuzinho” o ameaçava.
De acordo com as investigações, “Téio Tessinari”, neto do pioneiro Hélio Tessinari, fundador do município de Capixaba, e Antônio Deuzimar, conhecido por todos como “Deuzinho”, eram amigos e vizinhos em propriedades na Vila Maparro, do lado boliviano da fronteira.
Apurou-se que ambos haviam arrendado um lote de gado de um criador de Senador Guiomard. Tessinari, então vereador em Capixaba, teria descoberto que o sócio estaria desviando parte dos animais com a ajuda de terceiros, suspeita que causou surpresa na comunidade, já que “Deuzinho” era considerado um homem honesto.
Na tarde de 16 de junho de 2022, “Deuzinho” estava na porteira de sua propriedade, na Vila Maparro, quando “Téio Tessinari” chegou ao local. Após uma breve discussão, ele sacou uma arma de fogo e executou o sócio com três disparos pelas costas. Em seguida, fugiu para outra área do território boliviano, onde permaneceu até setembro de 2023, quando se apresentou no Fórum de Rio Branco e acabou preso durante a audiência de instrução e julgamento do processo.
O acusado insiste na tese de legítima defesa, argumento que dificilmente convencerá o corpo de jurados, já que a vítima foi morta pelas costas. O julgamento tem início previsto para as 8h30 e será presidido pelo juiz Fábio Costa, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco.