O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou nesta quinta-feira (5) que realizou, em Brasileia, a Operação Feira Virtual, que teve como foco reprimir crimes contra a fauna silvestre praticados e divulgados em redes sociais por influenciadores e grupos dedicados à caça ilegal. A ação integra o Plano Nacional de Proteção Ambiental (Pnapa/2025).
De acordo com o Ibama, a operação foi desencadeada após um trabalho de inteligência digital realizado pelo instituto, que identificou perfis e comunidades virtuais especializados na prática, promoção e comercialização de atividades ilegais envolvendo animais silvestres. O monitoramento possibilitou mapear redes de caçadores, localizar suspeitos e reunir elementos suficientes para a ação em campo.
Com apoio da Polícia Federal, equipes do instituto cumpriram mandados de vistoria em residências no município. No local, foram encontradas provas materiais e digitais, incluindo imagens e vídeos de caça ilegal, abate e exibição de animais silvestres. Também foram identificadas promoções clandestinas, como rifas de carne de caça e torneios amadores para captura de animais.
Ao todo, as multas aplicadas somam R$ 430 mil, referentes à morte e captura de fauna sem autorização, maus-tratos, uso comercial de imagens de animais mantidos em cativeiro e exploração de registros dentro de unidades de conservação sem permissão. Entre as apreensões, chamou atenção uma câmera trap instalada irregularmente na Reserva Extrativista Chico Mendes, usada para captar imagens de animais sem autorização.
As infrações identificadas envolvem espécies como paca, cateto, tatu, cutia, jacaré-açu e diversas aves silvestres, algumas mantidas em cativeiro e outras abatidas de forma clandestina. Os vídeos analisados também revelaram o uso de armadilhas e métodos de caça predatória, ampliando o dano às populações de fauna na região.
Além da repressão aos crimes ambientais, o Ibama realizou ações de educação ambiental com moradores de Brasileia, destacando os riscos sanitários, ecológicos e legais relacionados à caça e ao tráfico de animais silvestres. Segundo o órgão, o foco é inibir a prática e reforçar a importância da preservação da biodiversidade amazônica.
A Operação Feira Virtual deve seguir desdobramentos a partir da análise do material apreendido, que poderá levar à responsabilização de novos envolvidos e ao aprofundamento das investigações sobre a atuação de grupos dedicados à caça ilegal na região.


















