A emissora pública alemã ZDF exibiu uma reportagem sobre a exposição Amazonia, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, no Museu Rautenstrauch-Joest, em Colônia, e deu destaque ao alerta de Francisco Piyãko, liderança indígena do povo Ashaninka, do Acre. Ao lado de Beto Marubo, Piyãko viajou da Amazônia até a Alemanha para denunciar a situação crítica do território brasileiro e pedir o compromisso da comunidade internacional.
Na matéria exibida pela ZDF, Francisco descreve de forma direta o avanço das ameaças sobre a floresta. Ele explica que a crise ambiental não é abstrata — atinge diariamente a vida de seu povo e de outras comunidades que dependem da floresta para existir.
Em sua fala, Piyãko afirma: “Estamos muito preocupados porque a mudança climática avança rapidamente. Se olharmos para a Amazônia como um todo, ela está sendo atacada por todos os lados. Por queimadas, mineração de ouro, desmatamento ilegal e desmatamento para plantações de soja. Falta sensibilidade.”
A reportagem apresenta imagens da exposição, que reúne mais de 200 fotografias de Sebastião Salgado produzidas ao longo de sete anos de expedições pela Amazônia. As fotos mostram rios, aldeias, montanhas de nuvens sobre a floresta e retratos de diferentes povos originários. A ZDF destaca que o objetivo de Salgado não é criar uma estética exótica, mas revelar a existência de um território vivo e essencial para o equilíbrio climático do planeta.
O vídeo também lembra que Salgado dedicou parte da vida a um projeto de reflorestamento em Minas Gerais, onde transformou uma área degradada em floresta ao plantar três milhões de árvores com sua esposa, Lélia. Para Piyãko e outras lideranças indígenas, a iniciativa mostra que recuperar o que foi destruído é possível quando há decisão política e compromisso com o futuro.
A ZDF encerra a reportagem com a mensagem central trazida pelos indígenas brasileiros: preservar a Amazônia não é uma pauta regional, é uma responsabilidade global. Ao falar na Alemanha, Francisco reforça que os povos indígenas, historicamente guardiões da floresta, precisam ser ouvidos nos espaços de decisão.
A Amazônia está sob ataque. E, nas palavras de Piyãko, o tempo para agir está se esgotando.
Assista ao vídeo:


















