Em alusão à Semana de Luta contra a Malária nas Américas — que tem o dia 6 de novembro como data símbolo — o Acre registra avanços significativos no enfrentamento à doença. Nos primeiros dez meses de 2025, o estado apresentou redução de 27% nos casos de malária, resultado das ações contínuas de prevenção, diagnóstico e tratamento realizadas pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
Nesta segunda-feira (3), a Sesacre promoveu, na sede do órgão, em Rio Branco, uma capacitação voltada a profissionais de saúde dos municípios de Acrelândia e Rio Branco sobre o uso do novo medicamento para o tratamento da malária, a Tafenoquina.
“Até o final do ano queremos alcançar um número ainda maior de municípios com essas ações e, até meados de 2026, nossa meta é que tanto o novo medicamento quanto os aparelhos portáteis estejam disponíveis em todas as unidades de saúde do estado”, destacou Júnior Mota Pinheiro, responsável pelo Programa Estadual da Malária.
Durante o treinamento, os profissionais receberam instruções sobre o uso de um aparelho portátil capaz de realizar exames de G6PD e hemoglobina, além do teste rápido para detecção da doença. Essas ferramentas permitem aprimorar o diagnóstico e o tratamento, garantindo maior segurança e eficácia no cuidado aos pacientes acometidos pela malária.
“O nosso intuito é apresentar essa nova implementação e o tratamento inovador disponibilizado pelo Ministério da Saúde, que é totalmente gratuito. Esse protocolo requer a realização do exame G6PD, essencial para identificar a atividade da enzima no organismo do paciente e determinar se ele tem indicação para receber o novo tratamento. Caso contrário, o tratamento será feito com outros medicamentos também ofertados pelo Ministério”, explicou Samantha Dantas, apoiadora técnica de tratamento, prevenção e eliminação da malária do Ministério da Saúde.
A grande vantagem do novo método é a redução do tempo de uso da medicação, o que aumenta a adesão dos pacientes e favorece a cura completa da doença.
“O tratamento é indicado exclusivamente para os casos de malária vivax. Antes, o paciente precisava fazer um tratamento de três dias com cloroquina e mais sete dias com primaquina. Agora, com a realização do exame G6PD, e estando apto, ele pode receber a Tafenoquina, administrada em dose única, junto aos três dias de cloroquina. Observamos que muitos pacientes interrompiam o tratamento após os primeiros três dias, quando já apresentavam melhora nos sintomas. Com esse novo esquema, mais curto e eficaz, buscamos garantir que o paciente conclua todo o tratamento e alcance a cura completa”, complementou Samantha.
A malária é uma doença infecciosa transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. Os sintomas mais comuns incluem febre, dor de cabeça, calafrios, fadiga e mal-estar. O diagnóstico rápido e o tratamento adequado são fundamentais para interromper a cadeia de transmissão e evitar complicações graves. Na Amazônia, onde o clima e as áreas de floresta favorecem a reprodução do mosquito, a doença ainda representa um desafio histórico para a saúde pública.
“Como servidora da saúde, acredito que este treinamento será fundamental para ampliarmos nossos conhecimentos e fortalecermos nossas habilidades técnicas. Quanto mais preparados estivermos, mais eficazes seremos no atendimento aos pacientes e no combate à malária. O objetivo é eliminar a doença do nosso estado, e cada aprendizado adquirido nos aproxima dessa meta”, afirmou Débora Cristina da Silva, participante da capacitação.
Com informações da Agência de Notícias do Acre
								
											

















