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Concessionária do Shopping Aquiri lacra boxes e gera revolta de camelôs

Foto: Whidy Melo/ac24horas
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Oito boxes de permissionários do Shopping Aquiri, no centro de Rio Branco, foram lacrados pela empresa Elit, concessionária responsável pela administração do espaço. A ação, realizada no domingo (2), incluiu a troca de fechaduras, e nesta segunda-feira (3) os comerciantes dizem ter sido impedidos de acessar suas mercadorias por conta própria, incluindo objetos pessoais e até produtos de clientes.


Segundo relatos, os permissionários não foram avisados com antecedência sobre a medida e afirmam não ter recebido nenhuma determinação judicial para o bloqueio dos espaços. A situação gerou revolta entre os lojistas, que se reuniram no térreo do shopping e aguardam a presença de vereadores para intermediar um diálogo com a administração. A Polícia Militar está no local.


O presidente do Sindicato dos Camelôs e Feirantes do Acre, Jimy Silva, criticou a postura da empresa e afirmou que muitos comerciantes vivem em situação financeira delicada.

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“A gente está passando por uma situação que não está fácil. Estamos vendendo o almoço pra comprar a janta, e aí o ser humano, em vez de pagar uma taxa que é muito alta, tem que escolher entre pagar a taxa e comer um pão. Essa gestão da administração do shopping quer receber no cartão de crédito pra ser descontado todo mês automaticamente. Vamos tentar resolver da melhor forma possível para que não haja um desentendimento, não tenha um conflito. Agora, sobre terem chamado a polícia, polícia é para trás de malandro, não de trabalhador. A gente passou 30, 40 anos em sol e chuva na rua, pra gente vir para um canto onde possamos trabalhar na sombra e o sonho se tornou pesadelo”, afirmou.


O comerciante Rosinildo Melo, que teve dois boxes lacrados, disse ter sido surpreendido pela ação da concessionária.


“Mandaram uma notificação, só que não informaram prazo, depois disso não entraram mais em contato com a gente, não veio mandado judicial, nem nada. Tenho dois boxes, em um ele tem três mil e pouco em dívidas e no outro já tá em cinco mil, mas o que acontece é que não dá pra pagar. Tem dia que não vende, tem dia que vende 100 reais, tem dia que vende 30 reais. Trocaram as fechaduras sem minha autorização. Agora, isso de chamar a polícia é uma maneira de querer oprimir a gente, porque quando tem assalto aqui não aparece um policial militar no centro”, relatou.


Os permissionários alegam que as taxas cobradas pela empresa são elevadas e incompatíveis com o atual nível de vendas, que, segundo eles, caiu drasticamente nos últimos meses. O grupo afirma que pretende buscar apoio do poder público municipal e da Câmara de Vereadores para tentar reverter a situação.


A reportagem procurou a administração da Elit, mas a responsável presente no momento, Antonina Campos, exigiu que o repórter desligasse o telefone para que a conversa não fosse gravada – exigência que é inadmissível no exercício do trabalho jornalístico. Ela afirmou que as perguntas deveriam ser enviadas via WhatsApp da empresa para que o setor jurídico respondesse. As questões foram encaminhadas, mas até o fechamento desta matéria nenhuma resposta foi enviada pela concessionária.


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