A cerca de 80 quilômetros ao norte de Manaus, cientistas transformaram a floresta amazônica em um gigantesco laboratório a céu aberto. O projeto AmazonFACE, orçado em R$ 260 milhões, busca entender como o bioma reage ao aumento do dióxido de carbono (CO₂) e às mudanças climáticas — tema central da próxima COP30, que será realizada em Belém (PA).
Seis estruturas metálicas em forma de anéis se erguem acima do dossel da floresta, cada uma envolvendo entre 50 e 70 árvores maduras. Três delas liberam CO₂ na atmosfera local, simulando as concentrações previstas para o futuro, enquanto as demais funcionam como áreas de controle, recebendo apenas ar ambiente.
O sistema, chamado FACE (Free-Air CO₂ Enrichment), monitora em tempo real como as árvores absorvem dióxido de carbono, liberam oxigênio e vapor de água, e reagem a fatores como chuva, sol e temperatura. Sensores registram os dados a cada 10 minutos.
Financiado pelos governos do Brasil e do Reino Unido, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o projeto é o primeiro do tipo em uma floresta tropical. Gruas de 50 metros permitem o acesso dos cientistas à copa das árvores, enquanto câmeras e drones acompanham alterações na temperatura, floração e fotossíntese.
O experimento promete revelar como a Amazônia responderá ao futuro climático da Terra — e se continuará sendo o grande “pulmão do planeta”.


















