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Regionalização da saúde no Acre: progresso que gera qualidade de vida

Por
Thais Farias

Pacientes do interior do Estado não precisam mais se deslocar até a capital para fazer exames


Quase 600 pessoas não precisaram mais sair de sua cidade natal para fazer exames de ressonância magnética no interior do Acre. Vítimas de infarto também não precisam mais ser submetidas a transporte de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea para fazer cateterismo. Estes realizam o procedimento no próprio município, em Cruzeiro do Sul. Tamanho progresso só foi possível graças ao trabalho de regionalização dos serviços de saúde, sistema intensificado pelo governo Gladson Cameli e a gestão do secretário estadual de saúde, Pedro Pascoal.


A regionalização de saúde desenvolvida pelo atual governo no Acre oferece melhores condições de atendimento e amplia o acesso de pacientes aos tratamentos ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais do estado. Nas palavras do secretário Pedro Pascoal, “é tratar o paciente sem ter que tirá-lo do seu município ou da sua região”.


Governo do Acre entregou este ano a revitalização da UTI do Hospital do Juruá (Foto: Marcos Santos/Secom)

Por consequência, esse trabalho proporciona economia aos cofres públicos e ainda desafoga a demanda de atendimentos nas unidades de saúde na capital, Rio Branco, possibilitando investimentos em demais áreas da saúde. “A meta agora é tratar o paciente sem ter que tirá-lo de casa. Estruturação de hospitais significa fortalecimento das regionais. Antes as unidades da capital eram sobrecarregadas”, detalha o gestor.


A medida tem colecionado resultados de sucesso. A especialidade de oncologia demonstra em números, já que recentemente passou a ofertar novos serviços em Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá. “É possível, é viável e é econômico. Como prova disso, temos a ressonância magnética de Cruzeiro do Sul, que foi adquirida por um valor de aproximadamente R$ 6,5 milhões. A viagem em UTI aérea de pacientes infartados custava média de R$ 40 mil por paciente”, explica Pascoal.


Nova estrutura da UTI beneficia população do Vale do Juruá (Foto: Diego Silva/Secom)

Somente no primeiro mês de funcionamento do exame de ressonância em Cruzeiro do Sul, foram realizados 546 procedimentos na cidade. “Ou seja, foram 546 passagens que deixaram de ser compradas, que custariam em média R$ 2 mil o trecho e com direito a acompanhante”, diz a gestão. Segundo o secretário de saúde, no primeiro mês de funcionamento do serviço, mais da metade do valor do equipamento foi pago.


Antes disso, milhares de pacientes passaram anos sendo encaminhados do interior do Acre para a capital, onde só então podiam realizar os procedimentos. Tal situação causava transtornos às famílias e sobrecarregava as unidades da capital, com estruturas do interior sendo deixadas de lado.


O Hospital Abel Pinheiro, em Mâncio Lima e o Hospital Manoel Marinho Monte, em Plácido de Castro, tiveram seus centros cirúrgicos fechados por 25 e 30 anos, respectivamente. “Houve uma onda forte de fortalecimento na região do Vale do Juruá, visto que era a segunda mais populosa do estado, consequentemente a que mais onerava os cofres públicos com Tratamento Fora de Domicílio (TFD)”.


Pacientes do Juruá conseguem tratar doenças do coração na própria região. (Foto: Marcos Vicentti/Secom)

De acordo com o governo estadual, a meta agora é fortalecer o Hospital Regional de Brasiléia, bem como a regional do Alto Acre. “A Sesacre vem em um processo de fortalecimento das regionais através de estruturação dos hospitais já existentes, ampliação de serviços, como ressonância magnética e cateterismo, e até mesmo a disponibilização dos profissionais especialistas”, assegura Pedro.


O governo estadual entende que a responsabilidade de financiamento do SUS deve ser dividida de forma tripartite, entre governo federal (50%), estados (25%) e municípios (25%), porém, observa que é um subfinanciamento a nível de Ministério da Saúde, apresentando maior necessidade de aporte estadual e municipais. “Dessa forma, classifico o subfinanciamento o maior gargalo até o momento”.


Investimento na descentralização da saúde é um dos maiores no Juruá (Foto: Diego Silva/Secom)

Além de economia aos cofres públicos, a regionalização da saúde também proporciona tratamento mais humanizado, ofertando possibilidade de rede de apoio familiar na recuperação do tratamento do paciente.


“A saúde exige um piso de investimento. Estados devem aplicar 12% de sua arrecadação nessa área, enquanto municípios 15%, porém não existe um teto. A partir do momento em que se oferta acesso, obrigatoriamente deve ser ofertado o tratamento. Desta forma, investimentos constantes devem ser colocados para que a regionalização continue em ascensão, e assim sendo, entendemos que temos muito a melhorar, e o foco nesse último ano de gestão Gladson Cameli, é Brasiléia, com abertura de leitos de UTI, centro cirúrgicos 24 horas e consultas com especialistas”, afirma Pascoal.


Aparelho de ressonância magnética foi instalado no Hospital do Juruá. (Foto: Diego Silva/Secom)

Até junho de 2025, o governo do Acre entregou mais de R$ 1,9 milhão em equipamentos médicos para unidades de saúde em sete municípios: Rio Branco, Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Manoel Urbano e Brasileia. Também foram adquiridos itens de alta complexidade como camas hospitalares, ventiladores pulmonares, desfibriladores e carrinhos de anestesia, com o objetivo de descentralizar os atendimentos e acelerar diagnósticos e tratamentos nas regiões.


Já a oferta dos serviços ambulatoriais oncológicos na segunda maior e mais populosa região do Acre, Cruzeiro do Sul, teve início em dezembro de 2023, com a meta de atender 90 pacientes ao longo de cada mês.


Hemodinâmica e aparelho de ressonância magnética foram entregues no Juruá. (Foto: Marcos Vicentti/Secom)

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Thais Farias