Em Manoel Urbano, a cerca de 250 quilômetros de Rio Branco, Josiane Barros vive a expectativa de descobrir o diagnóstico do filho, Heitor, de 4 anos. Ela relatou, durante a realização do programa Saúde Itinerante, promovido pelo governo, que desde os dois anos percebeu que o comportamento do menino era diferente. “Eu notei que ele tinha dificuldade para falar. As minhas outras filhas começaram a falar com um ano, e a gente entendia tudo. Mas o Heitor só fazia barulhos, imitava sons de carro e de roçadeira, mas não dizia as palavras. Isso me acendeu um alerta”, relembra.
Com o tempo, os sinais ficaram mais evidentes. Heitor tem crises de irritação, dificuldade em lidar com frustrações e preferências muito específicas. “Ele ama carrinhos e máquinas. Já tentei dar outros brinquedos, mas ele não liga. Às vezes, quando ele se machuca e alguém tenta fazer um carinho, ele quer bater. Se eu digo não pra algo, ele fica com raiva, se isola. É o jeitinho dele, mas a gente sabe que precisa entender o que está acontecendo”, conta Josiane, com o olhar dividido entre a preocupação e o amor pelo filho.
A oportunidade de buscar respostas chegou recentemente, durante a edição do programa Saúde Itinerante no município. A iniciativa do governo estadual leva médicos e especialistas a regiões de difícil acesso, evitando que famílias precisem viajar longas distâncias até Rio Branco para consultas e diagnósticos.
“Foi uma bênção. Eu já estava preocupada, porque imaginei que teria que ir até a capital. A estrada é ruim, e nem sempre a gente tem condições financeiras de fazer essa viagem. Quando soube que o itinerante viria, foi um alívio. É muito bom ver os profissionais vindo até nós, atendendo aqui, com todo o cuidado que as crianças precisam”, diz.
Enquanto aguarda o diagnóstico, Josiane mantém a esperança de que, independentemente do resultado, o mais importante é garantir o acompanhamento adequado. “Se ele tiver algo, a gente vai continuar o tratamento. Se não tiver, amém. O que eu quero é ver meu filho bem, se desenvolvendo, crescendo feliz”, comentou.
A resposta começou a chegar com a visita do Saúde Itinerante, que levou neuropediatras e terapeutas à pequena cidade no interior do estado. “Foi uma bênção. Eu achava que teria que viajar até Rio Branco, e não tinha condições. Quando vi os profissionais vindo até nós, senti esperança de novo. Eles escutam, acolhem, explicam. Isso muda tudo”, declarou.
Enquanto aguarda o resultado dos exames, Josiane resume o sentimento de centenas de mães acreanas: “O importante é que o Heitor tenha acompanhamento, diagnóstico e cuidado. O resto, Deus e o amor da mãe dão um jeito.”