Do silêncio às palavras: como o Acre transformou o cuidado com crianças autistas em uma política de inclusão que atravessa fronteiras

Por
Saimo Martins

Do silêncio às palavras: como o Acre transformou o cuidado com crianças autistas em uma política de inclusão que atravessa fronteiras

Saimo Martins (Texto ) e Sérgio Vale (fotos)

Histórias de amor, ciência e esperança revelam como o Estado leva diagnóstico, terapias e acolhimento a famílias de todas as regiões por meio do CER III e do programa Saúde Itinerante

Por Saimo Martins

Em um Acre onde a distância ainda é um desafio para milhares de famílias, o Projeto Saúde Itinerante surge como um elo de cuidado e inclusão. Desenvolvido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), o programa leva atendimento especializado a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas diversas regionais, rompendo barreiras geográficas e sociais. Mais do que consultas, o projeto oferece acolhimento, escuta e dignidade — pilares essenciais para construir uma rede de atenção verdadeiramente acessível e humanizada.


A longa jornada de Arthur rumo à “superação”

Aos sete anos, o pequeno Arthur Oliveira fala com alegria sobre os colegas da escola e o desenho do Homem-Aranha, seu favorito. Cada palavra que sai de sua boca é uma conquista — resultado de quatro anos de acompanhamento no Centro Especializado em Reabilitação Frei Paulino Baldassari (CER III), em Rio Branco. Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) grau 2, o menino se tornou o retrato vivo de que, quando o Estado se faz presente com políticas públicas eficientes e sensíveis, o desenvolvimento e a inclusão se tornam possíveis.


“Ele praticamente não falava nada. Tinha hiperfoco em brinquedos, dormia abraçado com um tubarão azul e passava horas vendo o mesmo desenho”, lembra Ana Carolina Oliveira, a mãe. “Hoje, ele conversa, lê, faz amigos e até ajuda nas tarefas de casa. É outra criança.” (Foto: Sérgio Vale)

Os primeiros sinais e a busca por diagnóstico

Desde bebê, Ana Carolina já percebia que Arthur era diferente das outras crianças. “Ele não gostava de toque, não queria colo. Quando fez um ano, mal andava e falava poucas palavras — ‘mamãe’, ‘papai’, ‘vovô’. Assistia sempre ao mesmo desenho, repetidas vezes. Era o jeitinho dele, mas eu sentia que algo não estava certo”, conta.


Aos dois anos, a mãe decidiu procurar ajuda médica. O caminho até o diagnóstico, porém, foi longo e custoso. “Fizemos vários exames na rede particular, gastamos mais de dois mil reais. Foi difícil, mas eu precisava entender o que estava acontecendo. Só depois de muita insistência, ele fez consulta com pediatra, foi encaminhado para uma neuropediatra, que pediu exames neurológicos e confirmou o autismo”, relata.


A virada começou quando Arthur foi encaminhado para o CER III, unidade da rede pública de saúde administrada pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre). Lá, ele iniciou um tratamento multidisciplinar com psicóloga, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga. “Foi um alívio. Ele tinha quase três anos e ainda não falava. No começo, as sessões eram difíceis, mas com o tempo o progresso começou a aparecer. Ele passou a repetir palavras, começou a brincar com outras crianças e ficou mais calmo. Foi uma transformação”, detalhou Ana.


Com o acompanhamento regular e o suporte da família, o menino deu um salto em seu desenvolvimento. “De um garoto que chorava o tempo todo, ele virou uma criança carinhosa, amorosa, que gosta de abraçar e brincar. É outra criança”, diz a mãe, sorrindo.


O impacto da rede pública na vida de Arthur

Hoje, com sete anos e prestes a completar quatro anos de terapia contínua, Arthur é considerado um dos alunos mais participativos e aplicados da escola onde cursa o 1º ano do ensino fundamental. Ele estuda com o apoio de mediadores educacionais e apresenta ótimo desempenho.


“Ele tem autismo, mas não é mimado. Aqui em casa ensinamos o que é certo e errado, e ele entende. Tem limites, tem rotina e muito amor. O tratamento no CER foi essencial para isso. Se fosse pagar tudo particular, custaria mais de dois mil reais por mês, algo impossível para a maioria das famílias. Por isso, o atendimento gratuito da rede pública é uma bênção”, destaca Ana.


As conquistas do menino, no entanto, vão além das notas e da fala. Ele hoje participa de atividades escolares, interage com os colegas e demonstra autonomia em tarefas simples — sinais de uma evolução construída com cuidado, paciência e acompanhamento profissional. “Quando ele chega no CER, todo mundo sorri. Ele conversa, brinca, cumpre as atividades. É incrível ver o quanto ele cresceu. É uma vitória que não é só minha, é de todas as mães que acreditam no tratamento e lutam pelos filhos”, diz, emocionada.


A força de uma mãe e o exemplo de uma política pública que funciona

A história de Arthur é também o reflexo de uma rede de saúde pública que vem mudando a vida de centenas de famílias no Acre. Por meio do Centro Especializado em Reabilitação (CER III) e dos atendimentos itinerantes realizados pela Sesacre, o Estado tem garantido acesso gratuito a terapias especializadas, diagnósticos precoces e acompanhamento multiprofissional de crianças e adolescentes com autismo em todas as regionais. “O CER é um espaço que transforma vidas. Não só trata, mas acolhe. Eles têm amor no que fazem, e isso muda tudo”, resume Ana, com lágrimas nos olhos.


Hoje, ela sonha alto para o filho. “Quero ver o Arthur estudando, trabalhando, sendo independente dentro das possibilidades dele. Ele já venceu tanto… e sei que ainda vai vencer muito mais”, comentou entusiasmada.
Para reduzir essa desigualdade, o governo estadual criou o programa Saúde Itinerante, que leva equipes de neuropediatras, psicólogos, terapeutas e fonoaudiólogos até comunidades distantes — garantindo que o acolhimento e o diagnóstico cheguem a todos os cantos do estado.


Quando o Estado bate à porta: o cuidado que chega até o interior

Em Manoel Urbano, a cerca de 250 quilômetros de Rio Branco, Josiane Barros vive a expectativa de descobrir o diagnóstico do filho, Heitor, de 4 anos. Ela relatou, durante a realização do programa Saúde Itinerante, promovido pelo governo, que desde os dois anos percebeu que o comportamento do menino era diferente. “Eu notei que ele tinha dificuldade para falar. As minhas outras filhas começaram a falar com um ano, e a gente entendia tudo. Mas o Heitor só fazia barulhos, imitava sons de carro e de roçadeira, mas não dizia as palavras. Isso me acendeu um alerta”, relembra.


Com o tempo, os sinais ficaram mais evidentes. Heitor tem crises de irritação, dificuldade em lidar com frustrações e preferências muito específicas. “Ele ama carrinhos e máquinas. Já tentei dar outros brinquedos, mas ele não liga. Às vezes, quando ele se machuca e alguém tenta fazer um carinho, ele quer bater. Se eu digo não pra algo, ele fica com raiva, se isola. É o jeitinho dele, mas a gente sabe que precisa entender o que está acontecendo”, conta Josiane, com o olhar dividido entre a preocupação e o amor pelo filho.


A oportunidade de buscar respostas chegou recentemente, durante a edição do programa Saúde Itinerante no município. A iniciativa do governo estadual leva médicos e especialistas a regiões de difícil acesso, evitando que famílias precisem viajar longas distâncias até Rio Branco para consultas e diagnósticos.


“Foi uma bênção. Eu já estava preocupada, porque imaginei que teria que ir até a capital. A estrada é ruim, e nem sempre a gente tem condições financeiras de fazer essa viagem. Quando soube que o itinerante viria, foi um alívio. É muito bom ver os profissionais vindo até nós, atendendo aqui, com todo o cuidado que as crianças precisam”, diz.


Enquanto aguarda o diagnóstico, Josiane mantém a esperança de que, independentemente do resultado, o mais importante é garantir o acompanhamento adequado. “Se ele tiver algo, a gente vai continuar o tratamento. Se não tiver, amém. O que eu quero é ver meu filho bem, se desenvolvendo, crescendo feliz”, comentou.


A resposta começou a chegar com a visita do Saúde Itinerante, que levou neuropediatras e terapeutas à pequena cidade no interior do estado. “Foi uma bênção. Eu achava que teria que viajar até Rio Branco, e não tinha condições. Quando vi os profissionais vindo até nós, senti esperança de novo. Eles escutam, acolhem, explicam. Isso muda tudo”, declarou.


Enquanto aguarda o resultado dos exames, Josiane resume o sentimento de centenas de mães acreanas: “O importante é que o Heitor tenha acompanhamento, diagnóstico e cuidado. O resto, Deus e o amor da mãe dão um jeito.”


“O importante é que o Heitor tenha acompanhamento, diagnóstico e cuidado.” (Foto: Tiago Araújo)

A força do acolhimento: mães que transformam amor em superação

Em uma residência simples no Ramal da Judia, em Rio Branco, vive Diana da Silva Fontenelle, 36 anos, mãe de Rafael, um jovem de 16 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) leve. Entre lembranças emocionadas e um orgulho que transborda em cada palavra, ela relembra a trajetória marcada por desafios, superações e fé.


“O Rafael é a minha bênção. Quando ele nasceu, eu não sabia o que era o autismo. Lá por 2009, 2010, ninguém falava disso aqui em Rio Branco. Era tudo muito novo, muito difícil”, conta Diana, recordando o início de uma jornada que transformaria sua vida.


Diana ao lado do filho Rafael enquanto aguarda mais uma das consultas semanais. (Foto cedida)

O início da descoberta

Aos três anos, Rafael começou a apresentar sinais de regressão. “Ele falava poucas palavras, corria bem, mas de repente parou de falar. Só chorava. Na creche, ninguém conseguia acalmá-lo. Eu deixava e logo me chamavam para buscar, porque ele chorava o tempo todo”, relembra.


Entre consultas e diagnósticos incertos, a mãe enfrentou o desespero de não saber o que estava acontecendo. Quando manchas brancas começaram a surgir na pele do filho, iniciou-se uma peregrinação por médicos até o diagnóstico de vitiligo, uma doença autoimune muitas vezes associada ao estresse. “Era um menino de três anos e meio com vitiligo. Eu me perguntava: por quê? Corri atrás de tudo. Me endividei. Fui até a Bolívia para conseguir atendimento. Lá, finalmente, um médico descobriu o que ele tinha.”
O passo seguinte seria ainda mais desafiador. Após exames e consultas, o neuropediatra Marcos Antônio diagnosticou Rafael com Síndrome de Asperger nível 2 — hoje classificada como parte do espectro autista. “Meu mundo caiu naquele dia. Eu ainda estava tentando entender o vitiligo e, de repente, veio o autismo. Eu não sabia o que fazer”, recorda, com a voz embargada.


Como a rede pública transformou a vida de Rafael após sua chegada ao CER III

A busca por terapias e acolhimento levou Diana à Escola Dom Bosco, onde encontrou um espaço de compreensão e cuidado. “Lá foi o primeiro lugar onde eu me senti acolhida de verdade. Eles tinham fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicóloga, tudo que o Rafael precisava. Ele levou um ano e meio para voltar a falar, mas foi ali que ele começou a florescer de novo”, relata.


Com o tempo, a estrutura da Dom Bosco foi integrada à rede pública de saúde, e os atendimentos passaram a ocorrer no Centro Especializado em Reabilitação Frei Paulino Baldassari (CER III), vinculado à Sesacre. A mudança trouxe insegurança no início, mas logo se transformou em um novo ciclo de avanços. “O espaço é maior, tem mais profissionais, materiais melhores. Lá, o Rafael evoluiu muito. Hoje, ele fala, anda, interage. É um rapaz educado, independente em muitas coisas”, afirma, sorrindo.


As terapias multidisciplinares — com fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicóloga e nutricionista — transformaram o cotidiano do adolescente. “Ele aprendeu a fazer laço de sapato, escovar os dentes, experimentar novas comidas. Coisas simples para muitos, mas gigantes para nós”, explica.


A batalhadora Diana fala com carinho especial dos profissionais que acompanham o filho. “O Neto, fonoaudiólogo, é de uma excelência sem igual. A Ruth, terapeuta ocupacional, é um anjo. Eles tratam meu filho como amigo, e a evolução dele é visível. No CER, o acolhimento é real. Lá, cada criança é tratada com amor e respeito.”


Rafael, um jovem pronto para o futuro

Hoje, Rafael cursa o ensino médio na Escola Professor José Rodrigues Leite, onde é mediado por profissionais capacitados e convive bem com colegas e professores. “Ele ama a escola. Tem amigos, participa das apresentações. Às vezes demora um pouco mais para responder, mas se expressa com clareza. Quando vejo as fotos que a mediadora manda, me emociono. Lembro de quando ele mal falava”, diz Diana, emocionada.


O jovem também superou antigas limitações sensoriais. “Antes ele não suportava pisar na lama ou usar certas roupas. Hoje veste blusa de lã, participa de passeios, vai ao cinema, ao shopping. Ele adora música. É outro menino.”


Com os olhos marejados, Diana reflete sobre o caminho percorrido e o que ainda virá. “Eu sei que o autismo é pra vida toda, mas meu filho evoluiu tanto… Hoje ele é autista leve. Eu acredito que ele vai terminar o ensino médio, fazer faculdade, trabalhar, casar. Dentro das limitações dele, vai viver como qualquer outra pessoa — e com dignidade.”


Para Diana, o CER III representa mais do que um centro de reabilitação. É um espaço de esperança. “Ali é um lugar de acolhimento verdadeiro. A direção escuta, os terapeutas se dedicam e as famílias se sentem parte de algo maior. A minha nota para o CER é 10. Eles mudaram a nossa vida.”


Entre lágrimas e sorrisos, ela resume o que aprendeu nessa trajetória: “Autismo não é o fim de nada. É o começo de uma nova forma de amar, de enxergar o mundo e de lutar todos os dias. O Rafael me ensinou que a paciência cura, e o amor transforma.”


Rafael e sua terapeuta ocupacional durante momento de descontração fora do CER. (Foto cedida)

Não são as crianças que precisam se adaptar a nós. Somos nós que devemos nos adaptar a elas


No Estado que avança no cuidado e na inclusão, o governador Gladson Cameli tem se tornado uma das vozes mais firmes na defesa de uma política pública sensível, humana e descentralizada para o atendimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em suas palavras, o objetivo é simples, mas profundo: “levar o poder público para mais perto das famílias e garantir que nenhuma criança fique sem cuidado”.


O Chefe do Executivo Acreano abordou a ampliação do programa Saúde Itinerante, Cameli reforçou que o governo estadual vem trabalhando para romper barreiras geográficas e emocionais, garantindo que o atendimento especializado alcance até os lugares mais distantes — do Alto ao Baixo Acre. “Antes de tudo, o que queremos é cuidar. Cuidar de verdade. As crianças autistas precisam sentir o Estado presente, dentro da vida delas e de suas famílias. E eu disse isso em uma das minhas falas há alguns meses: não são elas que têm que se adequar à nossa realidade — somos nós que temos que nos adequar à realidade delas”, declarou o governador.


Saúde que acolhe e transforma

Gladson ressaltou que a saúde itinerante voltada às crianças autistas é uma das iniciativas mais significativas do governo do Acre, por unir técnica e sensibilidade em um mesmo propósito.


“Quando levamos o atendimento até os municípios, não estamos apenas oferecendo consultas e exames. Estamos levando acolhimento, escuta e dignidade. É dar esse apoio emocional e prático, tanto para as crianças quanto para seus familiares, que enfrentam desafios diários com amor e coragem”, afirmou.


Segundo o governador, o programa é uma demonstração concreta de como o Estado pode se tornar um agente ativo de inclusão, respeitando as diferenças e garantindo acesso a direitos fundamentais. “Nosso dever é ampliar esse serviço. O CER aqui em Rio Branco é uma referência, mas queremos que essa experiência chegue também às regionais, como o Alto Acre, em Brasileia, e o Vale do Juruá, em Cruzeiro do Sul. O importante é colocar o Estado de Direito mais próximo das pessoas — especialmente das que mais precisam”, destacou.


Um governo que escolhe ver e ouvir

Na visão de Cameli, as políticas públicas só ganham sentido quando enxergam pessoas, não números. A saúde itinerante para autistas, segundo ele, é um símbolo dessa mudança de paradigma. “Quando olhamos para uma criança com autismo, não vemos uma estatística. Vemos uma vida, uma história, um futuro cheio de possibilidades. E é nossa obrigação garantir que ela tenha acesso a tudo o que for preciso para se desenvolver e ser feliz”, afirmou o governador.


A proposta do governo vai além da ampliação de atendimentos. Ela carrega uma mensagem de empatia, compromisso e pertencimento. “Cuidar de uma criança autista é cuidar da sociedade como um todo. É ensinar que o diferente não deve ser excluído, mas compreendido e valorizado. E é isso que o Acre está fazendo — construindo um Estado mais justo, mais humano e mais inclusivo”, concluiu.


Saúde Itinerante TEA: quando a inclusão ganha estrada

O Saúde Itinerante TEA, coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), é o coração dessa transformação. Sob a gestão do secretário Pedro Pascoal, o programa foi reformulado para se tornar um modelo de cuidado regulado e humanizado. “Antes, o atendimento era disperso, sem continuidade. Hoje, mapeamos as demandas de cada município e levamos o atendimento especializado diretamente até as famílias. Isso desafoga a rede da capital e reduz custos com Tratamento Fora de Domicílio”, explica Pascoal.


As equipes multidisciplinares — compostas por neuropediatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos — percorrem todas as regionais do estado, formando profissionais locais para garantir continuidade ao atendimento. “Nosso objetivo é realizar de um a dois atendimentos mensais por regional e fechar três ciclos completos por ano”, detalha o secretário.


Os números impressionam: 3.958 retornos em neuropediatria, 378 primeiras consultas especializadas, 820 atendimentos terapêuticos e 6.772 atendimentos odontológicos apenas em 2025. Mas o impacto mais valioso é invisível — está nas palavras que nascem, nos sorrisos que voltam e nas mães que voltam a acreditar no futuro.


“Não vendemos saúde de primeiro mundo, mas construímos dignidade”

Pedro Pascoal reconhece os desafios — como a escassez de neuropediatras no estado —, mas afirma que o Acre avança com um modelo sólido e pioneiro. “O tratamento adequado permite que crianças com TEA alcancem autonomia, estudem, trabalhem e vivam com dignidade. É isso que estamos construindo. Não vendemos uma saúde de primeiro mundo, mas entregamos uma saúde que respeita e transforma vidas”, afirmou.


O governo também avança em novas frentes, como o credenciamento de clínicas e terapeutas para atendimentos domiciliares, garantindo que famílias do interior não precisem mais se deslocar longas distâncias para acessar tratamento.


CER III: onde a inclusão acontece todos os dias

O secretário de saúde Pedro Pascoal acompanha atentamente o trabalho desenvolvido no CER. (Foto: Sérgio Vale)

Dentro do CER III, o cuidado ultrapassa os limites do tratamento clínico. Lá, cada atendimento é também um gesto de empatia. Profissionais se unem para transformar terapias em pontes de comunicação e aprendizado.


Com mais de 820 pacientes acompanhados regularmente e 390 crianças em diagnóstico, o centro expandiu sua capacidade com a criação de um terceiro turno noturno, reduzindo filas e ampliando o acesso. Além disso, lançou a Carteira Estadual da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (e-CEPTEA), que garante prioridade e identificação oficial para pessoas com TEA — um marco de cidadania e reconhecimento.


Diagramação: Alexandre Viana
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