No programa Boa Conversa – Edição Aleac, desta quarta-feira, 29, os deputados estaduais Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Manoel Moraes (Progressistas), comentaram o julgamento do chamado caso Murano, que envolve o governador Gladson Cameli, que está com a data marcada para o dia 19 de novembro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). As declarações foram dadas ao jornalista Marcos Venicios, do ac24horas.
Sobre o julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Magalhães destacou a importância e o ineditismo do caso. “Da Ptolomeu, porque é importante que se diga, vai ser o julgamento do primeiro caso, que é o chamado caso Murano, tem uma importância para todos os envolvidos. É importante para o governador para que ele possa finalmente ser absolvido, se estiver inocente nesse apurado, onde ele teve amplíssimo direito de defesa, tanto é que já faz alguns anos que isso está em investigação, onde a relatora não se precipitou em nenhum momento, não tomou nenhuma atitude, por exemplo, de afastamento, que foi pedido o afastamento dele logo no início da operação, ela nunca tomou uma decisão antecipada e que estabeleceu no tempo inteiro todos os prazos devidos, o devido processo legal, portanto, não pode argumentar hoje de que houve atropelamentos, que houve cerceamento de defesa, nada disso. Sempre houve o amplíssimo direito de defesa, então é o momento da prova dos nove”, pontuou.
O parlamentar ressaltou o impacto do julgamento sobre o cenário político estadual visando as eleições de 2026. “O resultado desse julgamento influencia diretamente o processo eleitoral do Estado do Acre. O governador será absolvido, tem um resultado normal, ele já está praticamente com a sua chapa construída e segue o bonde. O governador será impedido de concorrer, portanto, estará inelegível se condenado num órgão colegiado, porque o julgamento terá um desfecho, se houver culpa, ficará inelegível, porque é um órgão colegiado. Terá um outro desfecho no processo eleitoral, portanto, é um tema de amplo interesse da sociedade acriana, porque é inédito, é a primeira vez que um governador do Estado do Acre estará sendo julgado no Supremo Tribunal de Justiça, no Superior Tribunal de Justiça. Não é qualquer acontecimento. Se evita muito esse debate, eu não sei por quê, mas isso precisaria estar sendo conversado sem nenhum tipo de preconceito e sem nenhum tipo de pré-julgamento.Eu torço muito que o governador seja inocentado, mas se ele for culpado, acredito que ele deverá ser, digamos, pagar por aquilo que, por acaso, ele tenha culpa. Deve ser assim no processo democrático, deve ser assim nas relações institucionais de todos nós”, destacou.
Ao rebater Edvaldo, o deputado estadual Manoel Moraes (Progressistas), líder do Governo Gladson na Aleac, demonstrou confiança na inocência do governador e afirmou que o processo não deve alterar o cenário político do Acre. “Não, isso aí que o pessoal está falando, vai ter o julgamento, vai ter, é certo. É dia 19. Ele vai ganhar ou vai perder? Se vai ganhar, ótimo. Se perder, ele tem recurso, tem Supremo, tem mil coisas. O pessoal diz aqui que o Gladson não vai ser candidato. Ele vai ser candidato ao Senado, sim, porque tem recurso no nosso país, tem até o último grau. Você viu aí a questão do Bolsonaro, então ele tem que ir até o último grau. Então ele vai ser inocentado ou agora ou depois, mas ele vai concorrer”, destacou.
O deputado também mencionou decisões anteriores do Tribunal de Contas e defendeu a legalidade das ações do governo: “E ainda sobre aqueles cargos, outra vez o Edvaldo entrou no tribunal sobre a criação da Repac, lá em Brasília, que é idêntico a esse, e ele perdeu, ele sabe que é legal. Então nós estamos tranquilos, o governador vai ter os advogados que estão cuidando disso e vai se defender. Esperamos que ele seja inocentado agora, dia 19. Se ele não for, ele vai recorrer no Supremo, certamente. Então tem muitas cadeias ainda jurídicas para recorrer, tá?”, destacou.
Questionado sobre o impacto de uma eventual condenação e a possibilidade de Gladson concorrer sub judice, Moraes voltou a expressar confiança na Justiça e no governador. “Não, certamente, se ele for, se fizer isso, ele vai entrar com uma liminar no Supremo para anular isso, certamente, né? Ele não vai concorrer sub judice, ele vai concorrer em condições normais. E o Supremo tem grande chance de dar uma liminar para ele, se caso ele for condenado, o que nós não acreditamos. Ele vai ser candidato ao Senado, todos os acreanos fiquem em paz, merece, vai ser o senador mais votado da história do Acre”, finalizou.
