Fotos: Reprodução/ Sérgio Vale
Durante entrevista ao programa Bar do Vaz nesta terça-feira, 28, o deputado federal Eduardo Velloso (União Brasil) confirmou sua pré-candidatura ao Senado da República e defendeu a ampliação de seu trabalho na área da saúde, com foco no atendimento oftalmológico e na estruturação dos hospitais do interior do Acre. O parlamentar falou da sua relação com o governador Gladson Cameli, a vice-governadora Mailza Assis, ambos do Progressistas e as articulações visando às eleições de 2026.
“Hoje eu estou pré-candidato a senador da República. Acredito que podemos ampliar o nosso trabalho que nós estamos desenvolvendo. E o Senado é a ferramenta que pode nos dar essa oportunidade. É pra valer, Vaz, é pra valer”, afirmou o parlamentar, ao ser questionado sobre a decisão de disputar uma vaga no Senado em 2026.
Velloso explicou que sua decisão surgiu após percorrer todos os municípios acreanos em audiências públicas, ouvindo demandas da população e de atores políticos dos municípios.
“Eu tive a oportunidade neste mandato de fazer audiências públicas em todos os municípios e captar melhor o sentimento da população, o que mais eles precisam, e também destinar melhor as nossas emendas, de forma participativa. E nós fizemos isso no primeiro ano. No segundo ano, nós ampliamos isso e sempre me perguntavam o porquê que eu não iria pro Senado, porquê isso, porquê aquilo e nunca tinha me passado na cabeças, mas, ultimamente, vendo a necessidade, principalmente na minha pauta, que é a pauta da saúde, eu tenho um sonho de ver todos os hospitais do interior funcionando e hoje a gente observa que não está da forma que nós gostaríamos”, pontuou.
O deputado disse que sua principal motivação é fortalecer a saúde pública e garantir o funcionamento dos hospitais regionais. “Eu tenho um sonho de ver todos os hospitais do interior funcionando. O Hospital de Brasileia, por exemplo, tem bastante espaço para crescer, mas falta planejamento a longo prazo”, destacou.
Durante a entrevista, Velloso destacou que já destinou mais de R$ 30 milhões em emendas para a saúde e defendeu as parcerias público-privadas (PPPs) como forma de garantir eficiência nos serviços. “Os únicos serviços hoje no Estado que estão em pleno funcionamento e dão resposta pra população são os que têm parceria público-privada: ressonância magnética, tomografia, hemodiálise e a parte cardíaca. Esses são os que mais funcionam. Você não vê reclamação”, salientou.
Ao falar sobre a valorização dos servidores da saúde, o parlamentar lembrou sua passagem pelo Senado e reafirmou a importância de fortalecer os profissionais da área. “A saúde talvez seja a amostra de valorização dos servidores. Acredito muito na valorização do nosso servidor, sim. Existem modelos de gestão, como o do Hospital Regional do Juruá, que funcionam e podem ser replicados em Brasileia e outros municípios”, pontuou.
O deputado também apresentou resultados de seu trabalho na área de oftalmologia. “Inauguramos agora o primeiro centro cirúrgico totalmente gratuito de oftalmologia em Cruzeiro do Sul. Só este mês foram feitas mais de 200 cirurgias. Destravamos a ressonância magnética do Hospital do Juruá. Isso é fruto do nosso trabalho”, ressaltou.
Segundo ele, mais de 7 mil cirurgias oftalmológicas já foram realizadas com apoio de seu mandato, sendo 2.300 no interior do estado, em cidades como Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Tarauacá, Feijó e Marechal Thaumaturgo.
Velloso aproveitou para apresentar o projeto “Veja Mais Brasil”, criado de forma independente, sem vínculo com governos. “É um sonho que eu tenho. Desenvolvemos o projeto com nossa equipe e parceiros, oferecendo consultas e óculos com desconto para quem precisa. Já está em Rio Branco, e em breve teremos uma sede em Epitaciolândia para atender toda a regional do Alto Acre”, afirmou.
O parlamentar reforçou sua meta de interiorizar o atendimento oftalmológico e garantir acesso gratuito à população carente. “Eu quero combater a cegueira no Brasil e vamos começar pelo nosso estado. Já estamos elaborando o cronograma anual de 2026, com atendimentos regulares em todos os municípios do Acre”, salientou.
Velloso também anunciou parcerias com o Governo do Estado e prefeituras para ampliar o acesso aos óculos e cirurgias. “Queremos ajudar as famílias mais carentes, que estão no Bolsa Família ou no CRAS, na compra de óculos e encaminhamento para cirurgias. Assim, levamos dignidade e esperança a quem mais precisa”, destacou.
Durante a entrevista ao programa Bar do Vaz nesta terça-feira, 28, Velloso falou sobre o cenário político da direita no Acre, a relação com o governador Gladson Cameli e seu apoio à vice-governadora Mailza Assis, que deve disputar o governo em 2026.
“Se nós pegarmos da eleição passada, que era apenas uma vaga, nós tínhamos sete ou oito candidatos. A população gosta de renovação”, afirmou Velloso, ao explicar por que decidiu entrar na disputa.
Ele fez uma retrospectiva das últimas eleições para o Senado e destacou o desejo do eleitorado por novos nomes. “Em 2010, o Petecão teve êxito; em 2014, o Gladson; em 2018, o Márcio Bittar; em 2022, o Alan Rick. Todos, naquela época, sem governo, sem prefeitura. A população gosta de mudança”, reforçou.
O parlamentar também afirmou que pretende levar ao Senado a mesma linha de trabalho que desenvolve como deputado federal. “Eu sou o primeiro deputado que leva um mestrado para o interior, lá para Xapuri. Queremos levar a melhoria do conhecimento para o interior do estado, porque eu não quero que os nossos filhos de Xapuri ou Sena Madureira saiam de lá. Eles precisam ter professores de excelência para ficar lá e aumentar cientificamente a qualidade do ensino”, explicou.
Sobre a disputa interna na direita, Velloso reconheceu a força do governador Gladson Cameli e a divisão natural do campo político. “Eu acredito muito que o governador Gladson vem com uma boa aceitação. Acredito que a população ainda o quer político. Ele tem uma grande probabilidade, sim, de ter essa vaga do Senado”, destacou.
Questionado sobre o seu partido, o União Brasil, que forma federação com o Progressistas (PP), o deputado revelou que há um acordo nacional para garantir uma candidatura ao Senado pela legenda. “Tanto é que o nosso presidente, Antônio de Rueda, garantiu que o União Brasil tem uma vaga de senador. Isso aqui foi garantido. Ao meu lado estava o coronel Ulysses, que é deputado federal e participou da reunião”, salientou.
Velloso também comentou o nome do senador Marcio Bittar, hoje no PL, que deve disputar a mesma vaga. “O Marcio está no PL, sim, candidato ao Senado, eu vou pelo União Brasil, isso foi garantido, o Rueda não garantiu que era eu, mas garantiu que uma vaga era do União Brasil”, completou.
Sobre a relação com o governo, o parlamentar disse ter conversado pessoalmente com o governador Gladson Cameli antes de anunciar a pré-candidatura. “Antes de tomar qualquer decisão, primeiro eu joguei nas mãos de Deus. Conversei com a família e fui conversando. Eu não iria jamais colocar por uma imposição isso. Conversei com o governador Gladson, fui lá no escritório dele, e perguntei: ‘Se eu for chamado para o Senado, teria algum problema para você?’ Ele respondeu: ‘De jeito nenhum, você tem condição, trabalhe o caminho”, afirmou.
Velloso também destacou o apoio que recebeu da vice-governadora Mailza Assis para a empreitada. “Conversei com a Mailza. Acredito muito nessa parceria. Ela foi da mesma forma que o Gladson: disse que dava liga, que dava certo. Dentro do governo, a gente percebe isso. Meu voto é declarado para a Mailza”, destacou.
Sobre o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, o deputado evitou críticas e adotou tom conciliador. “O Bocalom é muito mais velho do que eu. Acho que talvez eu tenha que pegar conselho com ele [risos]. Ajudei ele, não me arrependo, sou parceiro da prefeitura”, disse.
Velloso ainda comentou as pesquisas de intenção de voto. “Naquela pesquisa saiu, eu não lembro se era 13% ou 14%. Para eu não ter lançado ainda, já é um bom número”, pontuou.
O parlamentar reafirmou seu compromisso com o grupo político de Mailza Assis e com o projeto de continuidade do atual governo, Velloso descartou apoiar o amigo e senador Alan Rick. “Meu apoio já está declarado para a vice-governadora Mailza. Ela faz parte do meu projeto não é meu, é nosso projeto. Ela é hoje a nossa pré-candidata a governadora”, salientou.
Questionado sobre o rompimento político entre Alan Rick e Gladson, Velloso afirmou não ter detalhes, mas reconheceu que o afastamento foi inesperado.“Boa pergunta, Vaz. Eu vou te explicar: eu nunca fui tão próximo, então eu não sei te falar. O pior de fofoca, eu acho que de todos os deputados, de senadores, o que fala menos é o que ouve mais. Então, sou eu, porque não estou muito sabendo dos pormenores do que aconteceu”, disse.
O deputado observou que a divisão entre lideranças de direita no Acre não é novidade: “Talvez foi muito precoce. O Alan vinha no mesmo projeto, mas se a gente observar, na campanha passada estavam todos brigados. O Alan chateado com o governo porque não deixava ele subir no mesmo palanque do Gladson, lembra disso? O Marcio Bittar ficou chateado com o Gladson porque não tinha segurado a ex-esposa como vice. E hoje é outro momento”, destacou.
Velloso destacou que não pretende entrar em embates políticos. “Eu não vou brigar com ninguém. Não vou falar mal de ninguém. Sou grato a todos que já me ajudaram. Eu acho que são oportunidades. Isso é a mesma coisa de uma candidatura: estamos dando ao cidadão acreano um leque maior da direita, coisa que a esquerda nunca fez, sempre impôs apenas um nome”, relembrou.
Sobre a disputa para o Senado, o parlamentar afirmou estar preparado. “Eu não tenho medo. Se eu tivesse medo, eu não iria. Nós temos trabalho, realizações, entrega. E acredito que a população irá reconhecer o nosso trabalho e saiba que nós podemos fazer mais com o Senado. No Senado, dá pra nós prosperarmos.Eu tenho um sonho: se nós chegarmos ao Senado, eu quero destinar minhas emendas para melhorar os hospitais do interior. Em quatro anos, nós vamos chegar a isso. Você acha que algum governador vai negar? São sonhos que eu quero que a população sonhe comigo. Tem esperança, eu acredito no Acre”, pontuou.
Ao ser perguntado sobre sua posição em relação à anistia ampla aos investigados pelos atos de 8 de janeiro, ele respondeu de forma cautelosa. “Eu sou uma pessoa moderada. Quem fez algo errado tem que ser punido. Agora, não dá pra você pegar um ladrão que entrou no supermercado e roubou uma comida, uma Coca-Cola, e dar 18 anos de cadeia, enquanto uma pessoa que comete dois feminicídios pega uma pena menor. Isso não dá pra admitir. Temos que ver como vai vir essa amplitude”, justificou.
Velloso avaliou que o tema ainda carece de definição no Congresso.“A princípio ia ser apenas dosimetria da pena, mas isso é coisa mais para o Judiciário. Talvez seja isso que está impedindo o avanço da proposta. Eu não sei lhe falar, só vamos saber quando for apresentada, se for apresentada, porque está demorando demais”, destacou.
Sobre as disputas presidenciais de 2026, o deputado reconheceu que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta dificuldades jurídicas para voltar a concorrer. “Eu acredito que ele não consiga reverter, mas acho que aí não tem favorito. Hoje daria uma boa disputa entre os dois, ele e Lula”, pontuou.
Caso Bolsonaro não possa disputar, Velloso defende o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como o mais preparado para unir o campo da centro-direita.
“Se nós, de uma centro-direita, queremos uma mudança do atual governo, acredito muito que o Tarcísio é a única pessoa que consiga juntar o centrão todo. Ele unifica. Eu não vou dizer que unifica 100%, mas ele tem tudo pra unificar. Eu acredito que está tendo muita interferência dos poderes. Não sei qual é o mecanismo, mas não dá pra existir uma interferência como está acontecendo ultimamente. Até deu uma melhorada, mas da forma que estava, algo tem que ser feito, não sei te falar qual é a saída”, ressaltou.
Encerrando a entrevista, Eduardo Velloso não revelou o slogan de sua campanha ao Senado, mas revelou o da pré-campanha ao Senado.“Eu ainda não sei, mas da pré-campanha você pode ter certeza: o Acre vai mudar”, finalizou.