Entre 2020 e 2021, período mais crítico da pandemia de Covid-19, 13.800 crianças e adolescentes do Amazonas perderam pais, avós ou outros familiares que exerciam papel de cuidado em casa. Desse total, 5.220 ficaram sem o pai, a mãe ou ambos.
O levantamento, realizado por pesquisadores do Brasil, Reino Unido e Estados Unidos, revela a magnitude da orfandade no país e as desigualdades regionais. Em números absolutos, os estados mais afetados foram São Paulo (107 mil crianças), Rio de Janeiro (59,4 mil) e Minas Gerais (52,2 mil).
No entanto, as maiores taxas de orfandade proporcional ocorreram no Amazonas (17,1 por mil crianças), seguido de Maranhão (16,5) e Alagoas (15,4).
Em todo o Brasil, mais de 284 mil crianças e adolescentes perderam pais ou cuidadores nos dois primeiros anos da pandemia — 149 mil delas ficaram órfãs de pai, mãe ou ambos.
A professora Lorena Barberia, da Universidade de São Paulo (USP) e uma das autoras do estudo, ressalta que os impactos de uma crise sanitária vão além das vítimas diretas, afetando também os familiares e dependentes que ficam.