A reportagem do ac24horas teve acesso ao prontuário médico registrado pela médica plantonista relatando os fatos ocorrido com a mãe Sabrina Souza da Costa e o seu filho prematuro José Pedro, na noite da última sexta, 24, na Maternidade Barbara Heliodora em Rio Branco-AC.
De acordo com o prontuário médico datado de 24 de outubro de 2025, a avaliação inicial foi realizada pela médica plantonista da UTI Neonatal, Dra. Charlene Cristine Rodrigues Menezes (CRM 2045/AC), formada em 2016 e registrada no Conselho Regional de Medicina do Acre desde dezembro do mesmo ano.
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O documento relata que o bebê era um prematuro extremo, com 23 semanas de idade gestacional. A mãe, Sabrina Souza da Costa, entrou em trabalho de parto prematuro sem causa aparente, e ocorreu a expulsão do concepto com bolsa íntegra, feto e placenta.
A conduta médica registrada foi a ruptura da bolsa amniótica, procedimento após o qual foi observado que o feto apresentava circular de cordão, ausência de atividade fetal, cianose e frequência cardíaca inaudível. Em seguida, a Drª Charlene realizou a pesagem do feto, que marcava 525 gramas, e o óbito foi declarado às 21h10.
A declaração de óbito foi preenchida pela Médica Jhersyka Kessis Gonçalves Carvalho Campos (CRM 3292/AC) conforme o registro e a avaliação da plantonista da UTI Neonatal, Dra. Charlene Cristine, responsável pelo plantão de 24 horas.
Cerca de 13 horas depois, já fora das dependências da maternidade, o bebê — identificado como José Pedro, filho de Marcos dos Santos Fernandes e Sabrina Souza da Costa, casal natural de Pauini (AM) — apresentou sinais vitais durante o próprio sepultamento no Cemitério Morada da Paz, na região do Calafate.
Durante a cerimônia, familiares relataram ter ouvido um choro vindo de dentro do caixão. O bebê foi retirado e levado imediatamente de volta à maternidade, onde foi internado em estado gravíssimo, sob cuidados intensivos no Hospital da Criança.
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou, por meio de nota, que instaurou uma apuração interna para esclarecer as circunstâncias do caso “com total transparência e responsabilidade”.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar as responsabilidades médicas e administrativas. O pai da criança registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
O caso segue sob investigação.