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Traficantes do Amazonas estão entre os que mais se fixam no Rio de Janeiro

Por
Terezinha Moreira

Um levantamento da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou que o Amazonas e o Pará estão entre os estados que mais enviaram traficantes para atuar na capital fluminense. As informações foram divulgadas pelo jornal Extra, que teve acesso exclusivo aos dados para a série especial “Conexões do Crime”.


De acordo com o levantamento, 152 traficantes oriundos de diferentes estados foram identificados vivendo em grandes complexos de favelas do Rio. O Pará lidera o ranking, com 78 criminosos, seguido do Amazonas, com 21. O número, no entanto, pode ser ainda maior, já que há foragidos que ainda não foram identificados formalmente.


O delegado responsável pelo estudo afirmou que “hoje, o Comando Vermelho disputa o Brasil com o PCC”, destacando o avanço nacional da facção fluminense.


A lista de criminosos forasteiros identificados pela Polícia Civil inclui também nomes vindos do Acre (7), Alagoas (8), Amapá (5), Bahia (18), Ceará (10), Mato Grosso do Sul (2), Paraná (2) e Rio Grande do Norte (1).


A série Conexões do Crime, publicada pelo Extra, detalha como o Comando Vermelho (CV) expandiu sua influência para 25 estados e o Distrito Federal, enfrentando a hegemonia do Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação reúne documentos, relatórios e processos, além de entrevistas com policiais, promotores e especialistas.


Segundo o material, as penitenciárias federais e a atuação de advogados ligados ao crime têm sido peças-chave para o fortalecimento das conexões entre facções. Esses profissionais seriam responsáveis por intermediar mensagens e articulações — a chamada “sintonia” — entre líderes presos e membros em liberdade.


Esse intercâmbio permitiu ao Comando Vermelho criar uma espécie de rede de franquias criminosas, consolidando o Rio de Janeiro como um centro estratégico de comando e abrigo de chefes do tráfico vindos de outras regiões, inclusive do Amazonas.


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Terezinha Moreira