A fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Amazonas mais do que dobrou em um ano, segundo dados do Portal da Transparência da Previdência Social. Em agosto de 2024, o estado registrava 25.375 pedidos de aposentadorias e pensões pendentes. Um ano depois, em agosto de 2025, o número saltou para 59.088, um aumento de 133%.
O crescimento do represamento no Amazonas acompanha a tendência nacional, cuja fila subiu 135% no mesmo período, passando de 1,12 milhão para 2,63 milhões de requerimentos em todo o país.
O cenário reflete a dificuldade do sistema previdenciário em retomar o ritmo após a greve dos servidores do INSS, realizada entre julho e novembro de 2024. Durante a paralisação, que durou 114 dias, o atendimento foi praticamente paralisado. Mesmo após o fim da greve, a fila nunca voltou ao patamar anterior.
Antes da paralisação, o tempo médio bruto de concessão de benefícios havia caído de 69 para 34 dias. Em março de 2025, porém, esse prazo voltou a subir para 64 dias, recuando apenas levemente para 49 dias em agosto — número ainda insuficiente para atender à crescente demanda.
A situação se agravou com a suspensão temporária do Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB), determinada em 15 de outubro pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Jr.. O programa, criado para acelerar a análise de requerimentos por meio do pagamento de bônus a servidores, foi interrompido por falta de recursos.
Em ofício ao Ministério da Previdência, Waller solicitou suplementação orçamentária de R$ 89,1 milhões para garantir a continuidade do programa, considerado essencial para reduzir a fila. Enquanto o PGB não é retomado, todas as análises extraordinárias estão suspensas, e os processos voltam à fila comum.
Com a suspensão e o acúmulo de processos, a expectativa é de que a fila no Amazonas continue crescendo até que novas medidas sejam adotadas para reforçar o atendimento e acelerar a concessão de benefícios.


















