Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema
Dados divulgados nesta sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Acre possui atualmente 80 etnias indígenas, um crescimento expressivo em relação ao Censo de 2010, quando foram identificadas 57.
O levantamento integra o Censo Demográfico 2022, que registrou 391 etnias, povos ou grupos indígenas em todo o Brasil, distribuídos entre mais de 1,6 milhão de pessoas que se autodeclararam indígenas.
No Acre, as três maiores etnias em número de integrantes são a Kaxinawá, com 13.929 pessoas, a Kulina Madijá, com 2.288, e a Yaminawá, com 2.365. Juntas, essas populações representam parte significativa da presença indígena no estado e mantêm vivas tradições culturais, linguísticas e espirituais que fazem do Acre um dos principais centros da diversidade indígena na Amazônia.
A etnia Kaxinawá é a mais numerosa no estado e também a que apresentou o maior crescimento nas últimas décadas. Em 2010, o grupo somava 7.567 pessoas, e, em 2022, chegou a 13.929 — um aumento de 90,46% e taxa média de crescimento anual de 5,52%.
Outro dado que demonstra a vitalidade das culturas indígenas acreanas é o aumento no número de línguas faladas. Em 2010, o IBGE havia identificado 10 línguas indígenas no Acre; em 2022, o número subiu para 41. O estado também se destaca por ter mais da metade da população indígena entre 2 e 19 anos (55,18%) falante de línguas originárias, uma das maiores proporções do país.
O levantamento mostra ainda que, nas Terras Indígenas do Acre, 98,56% dos moradores se autodeclaram indígenas, 343 de um total de 348 residentes. O número de etnias declaradas dentro desses territórios passou de 20 em 2010 para 21 em 2022, segundo o IBGE.
Em nível nacional, o Censo 2022 identificou 295 línguas indígenas e 391 etnias. As mais populosas do país são Tikúna (74.061 pessoas), Kokama (64.327) e Makuxí (53.446).