Em entrevista exclusiva concedida ao ac24horas na tarde desta quinta-feira (23), o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), falou sobre seus planos para o futuro político e comentou sobre uma eventual disputa pelo governo do Acre em 2026. Colocado no cenário como um dos principais nomes da direita no estado, Bocalom despista sobre sua candidatura, mas admite que tem recebido incentivos dentro e fora da capital.
Durante a conversa, o gestor destacou o desejo de expandir programas de habitação popular para o interior, comentou sobre o “arrependimento” de municípios que não o apoiaram em eleições anteriores e avaliou o posicionamento ideológico dos possíveis adversários – a vice-governadora Mailza Assis (PP) e o senador Alan Rick (União Brasil).
“Se um dia eu for governador, o Acre inteiro terá habitação”
Tião Bocalom revelou o desejo de ampliar o projeto habitacional “1001 Dignidades”, que vem sendo desenvolvido em Rio Branco com a promessa de entrega de casas de madeira para famílias em vulnerabilidade social. Segundo ele, a iniciativa poderia ser facilmente replicada nos municípios do interior, caso venha a ocupar o governo estadual.
“Se eu virar governador, evidentemente, sonho que isso aqui é mais fácil fazer no interior todinho do que na capital. Pode ter certeza que nós vamos ter habitação nesse estado inteiro. Posso imaginar as balsas chegando com madeira para construção de casas no Jordão”, afirmou o prefeito.
Questionado sobre a possibilidade de já se preparar para uma candidatura ao governo, Bocalom preferiu cautela. Disse que ainda não decidiu e que a prioridade é concluir as obras em andamento na capital.
“Não sei se vou ser candidato. Tenho vontade, mas não tenho certeza nem que vou e nem que não vou. Vou esperar encerrar o ano. No início do ano [de 2026], aí eu vou dizer se sou ou não sou candidato”, declarou.
Municípios onde perdeu eleição em 2010 estariam arrependidos, diz Bocalom
O prefeito também comentou sobre o clima político que tem encontrado em suas viagens pelo interior. Segundo ele, há um sentimento de reconhecimento em cidades onde perdeu a eleição para o governo em 2010.
“Foi naquela região que eu perdi a eleição. Hoje o sentimento é o seguinte: ‘Bocalom, você perdeu a eleição aquela vez por causa de nós aqui, então a gente quer compensar isso’. Ouvi isso em Jordão, Marechal Thaumaturgo, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, e tenho ouvido muito isso”, contou.
“Mailza é de centro; eu e Márcio Bittar representamos a direita de verdade”, dispara Bocalom
Ao falar sobre o cenário político de 2026, Tião Bocalom não poupou avaliações ideológicas. Afirmou que mantém uma relação de respeito com a vice-governadora Mailza Assis, mas apontou diferenças de posicionamento.
“A Mailza sempre foi PP e o PP sempre foi mais direita, mas não vou dizer que ela seja de direita como eu e o Márcio [Bittar]. Ela mesmo disse outro dia, numa entrevista, que é mais de centro”, declarou.
Questionado sobre Alan Rick, o prefeito também lançou críticas veladas ao senador. “Você acha que o Alan é tão direita assim? Já viu uma crítica do Alan sobre o governo do PT?”, provocou.
Bocalom afirmou que, entre os nomes citados, ele seria o que melhor representa o eleitorado conservador do Acre. “Se existe alguém que representa a direita para valer nesse Estado, que representa Jair Bolsonaro, é o Márcio Bittar – e eu também”, afirmou.
Concretização de eventual pré-candidatura só virá em 2026
Apesar de admitir o “sonho” de governar o Acre, Bocalom reforçou que qualquer decisão sobre 2026 será tomada com base no contexto político e nas alianças que se formarem até lá. Ele disse ainda que mantém boa relação com o governador Gladson Cameli (PP) e com sua vice, Mailza Assis, classificando-os como aliados no atual momento. “Governo e prefeitura é um grupo só”, resumiu.
Caso decida disputar o governo, Bocalom deixaria o comando da prefeitura de Rio Branco nas mãos do vice-prefeito Alysson Bestene (PP), de quem disse confiar na continuidade da gestão. “Se por acaso tiver que deixar a prefeitura, vou deixar em boas mãos. Ele tem a mesma linha de trabalho que a minha”, afirmou.


















