Os vereadores Eber Machado, Fábio Araújo e Neném Almeida realizaram, nesta quinta-feira (23), uma coletiva de imprensa na Câmara Municipal de Rio Branco para rebater a nota divulgada pela Energisa — concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica no Acre —, que havia afirmado na quarta-feira (22) que a instalação elétrica no canteiro de obras do projeto “1.001 Dignidades” é totalmente regular e segue as normas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Os parlamentares, que acusaram a Prefeitura de Rio Branco de utilizar uma ligação clandestina de energia no local, reafirmaram as denúncias e alegaram que a própria gestão municipal teria fornecido as informações que embasaram as suspeitas.
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O vereador Eber Machado afirmou que a denúncia partiu de servidores da prefeitura e foi confirmada por um engenheiro eletricista que acompanhou a vistoria.
“Desde 2022, aquele galpão foi alugado pela prefeitura de uma madeireira para que fosse dado início ao trabalho da construção das milhares de dignidades. Essa denúncia partiu da própria gestão, de pessoas lá de dentro, dizendo que o local funcionava desde o início de 2022 sem energia regular. Nós fomos acompanhados por um engenheiro eletricista, que deu sustentação à denúncia. Chegando lá, constatamos que desde 2022 não existe relógio medidor instalado”, disse Machado.
Sobre a nota da Energisa, o parlamentar fez críticas duras à empresa, chamando o comunicado de “vagabundo”. “Ontem, através de um site de notícias muito respeitado da nossa cidade, o ac24horas, eles mandaram uma nota vagabunda, de apenas quatro linhas, dizendo que estava regular, sem sequer ter assinatura. A lei é clara: uma ligação provisória para obra tem prazo máximo de 180 dias, renovável por mais 180, ou seja, até 12 meses. Já estamos há três anos. A lei mostra que quem está mentindo agora é a Energisa junto com a prefeitura. Isso aqui é um ‘gato autorizado’ pela Energisa”, afirmou.
O vereador Fábio Araújo também questionou a duração da ligação provisória e cobrou um posicionamento formal da empresa.
“O prazo máximo de uma ligação provisória para obra é de 12 meses. Só por isso já há algo errado. Vamos procurar esclarecimentos junto à Energisa, porque essa nota enviada é algo que qualquer um poderia fazer pelo WhatsApp. Queremos um posicionamento oficial, pois é uma empresa conceituada que cuida da energia de todo o Estado”, disse Araújo.
Durante a entrevista, Machado informou ainda que os parlamentares do MDB estão solicitando documentos que comprovem pagamentos realizados pela prefeitura a empresas envolvidas na obra, incluindo materiais, ferramentas e serviços. “Recebemos informações de que determinados pagamentos foram feitos em dinheiro vivo, e estamos solicitando os comprovantes. Também pedimos notas fiscais de materiais adquiridos e o comprovante de doações de madeira do Ibama, o que é grave, pois a legislação proíbe a transferência desse tipo de doação a terceiros. Se tem alguém que está faltando com a verdade, não são os vereadores. Quem está faltando com a verdade é a Prefeitura de Rio Branco”, declarou.
Os vereadores afirmaram ainda que pretendem comparecer pessoalmente à Energisa para cobrar esclarecimentos e documentos sobre a ligação elétrica no canteiro de obras.