Roraima tem apenas seis crianças e adolescentes disponíveis para adoção, enquanto mais de 40 famílias esperam na fila do Cadastro Nacional de Adoção e Acolhimento. Ao todo, 89 crianças e adolescentes vivem em abrigos no estado — 40 crianças e 49 adolescentes —, mas a maioria não está apta à adoção.
Segundo o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), o foco principal é a reintegração familiar. “O abrigo é uma medida temporária. Nosso trabalho é restabelecer os vínculos familiares sempre que possível”, explica o juiz Parima Veras, da 1ª Vara da Infância e Juventude.
Entre 2020 e 2025, foram registradas 21 adoções e 794 reintegrações familiares. Apenas entre 2023 e 2025, ocorreram seis adoções e 476 reintegrações. Os dados reforçam que a adoção é o último recurso previsto em lei.
Grande parte das crianças acolhidas vem de famílias afetadas por dependência química, alcoolismo ou transtornos mentais. “Quando não há recuperação, buscamos outro parente que possa assumir o cuidado”, afirma o juiz.
Das seis crianças aptas à adoção, algumas têm condições de saúde que exigem cuidados contínuos, como uso de sonda ou traqueostomia. Outras três estão em estágio de convivência ou em busca ativa nacional, processo que conecta pretendentes de outros estados.
Antes de entrar no cadastro, todas as famílias passam por curso preparatório e avaliação técnica. Hoje, há entre 41 e 43 famílias habilitadas em Roraima, número quase sete vezes maior que o de crianças disponíveis.