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Amapá se insere no debate sobre exploração energética na Amazônia

Por
Terezinha Moreira

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou, nesta segunda-feira (20), a Petrobras a iniciar a perfuração de um poço exploratório em águas profundas na Bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá. A decisão foi comemorada por autoridades locais, que consideram o ato um marco histórico para o estado.


O governador Clécio Luís (Solidariedade) afirmou que a licença marca “um novo período na história econômica e social do Amapá”. Segundo ele, o navio-sonda NS 42 já está preparado para se deslocar até o campo Morfo, onde será realizada a perfuração.


A licença permite a exploração de um poço no bloco FZA-M-059, localizado a cerca de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas e 175 quilômetros da costa. A operação deve durar aproximadamente cinco meses, com o objetivo de avaliar o potencial de petróleo e gás em escala comercial.


De acordo com o Ibama, a autorização foi concedida após ajustes técnicos no projeto da Petrobras, que havia sido negado em maio de 2023. Entre as condicionantes impostas estão a criação de um Centro de Reabilitação e Despetrolização da Fauna em Oiapoque (AP), o reforço da estrutura existente em Belém (PA) e a inclusão de embarcações especializadas para o atendimento à fauna e apoio às operações marítimas.


O órgão ambiental reforçou que não haverá produção de petróleo nesta fase, que é estritamente exploratória. A licença encerra um processo de mais de uma década: o bloco foi concedido em 2013, e o pedido de licenciamento ambiental foi protocolado em 2014.


Com a autorização, o Amapá se insere de forma mais direta no debate sobre exploração energética na Amazônia, tema que divide opiniões entre os que veem oportunidades de desenvolvimento e os que alertam para riscos ambientais na região.


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Terezinha Moreira