O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve indicar o ministro Jorge Messias, da AGU (Advocacia-Geral da União), para o STF (Supremo Tribunal Federal) até terça-feira (21), quando embarca para Indonésia e Malásia.
A previsão é que Lula também formalize, antes da viagem, a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) no cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. O titular da pasta, ministro Márcio Macêdo, já foi comunicado da decisão.
Lula se reuniu ao longo da última semana com ministros do STF para colher a avaliação deles sobre o perfil do nome que ocupará a vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.
O presidente recebeu Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Gilmar Mendes na última terça-feira (14). Os magistrados afirmaram a Lula que a Corte deve continuar sendo alvo de ataques pelos próximos anos e que o indicado deve ser alguém “firme” na defesa da democracia e das instituições.
Os ministros têm preferência pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Advogado de formação, Pacheco manteve ligação próxima com ministros do STF no período em que presidiu o Congresso Nacional.
Na sexta-feira (17), Lula jantou com Barroso no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, em Brasília (DF). Indagado pelo presidente, Barroso afirmou que Messias, Pacheco e o ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), são todos preparados para sua vaga.
Boulos no governo
A formalização da nomeação de Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência acontecerá após meses de especulações.
A escolha do deputado é vista como uma movimentação estratégica que tem o objetivo de fortalecer a mobilização da base de esquerda, especialmente considerando as manifestações recentes organizadas por Boulos, como os atos contra a PEC da Blindagem e anistia.
A nomeação também é vista como oportunidade para ampliar a visibilidade de Boulos no cenário político nacional e aproximar o governo do eleitorado jovem. O deputado é considerado uma importante liderança para o campo da esquerda.
A permanência de Boulos no governo Lula, uma vez confirmada sua nomeação, não tem prazo definido.
A possibilidade de desincompatibilização para disputar eleições futuras permanece em aberto, assim como outros ministros que devem deixar seus cargos para concorrer no próximo pleito.