Menu

Gladson critica recomendação do MP: “fica no gabinete com bunda na cadeira”

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Durante a inauguração de 10 leitos de Umidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, neste sábado, 18, o governador Gladson Cameli afirmou que vai manter o nome de sua avó, Marieta Cameli, na nova maternidade que o governo do Estado está construindo em Rio Branco. O Ministério Público do Estado do Acre (MPAc) emitiu uma recomendação orientando a Casa Civil do Governo do Estado a não atribuir o nome de Marieta à nova unidade hospitalar.


De acordo com Gladson, sua avó é merecedora da homenagem. Ela, como muitas mulheres da Amazônia, teve filhos em casa no seringal Belo Horizonte. Depois de dar à luz ao pai dele, Eládio, teve complicações no pós-parto e teve que passar por um procedimento feito em uma residência de Cruzeiro do Sul, quando um cisto de 5 quilos foi retirado de seu útero. “Ela quase morreu, como muitas outras mulheres da nossa região. Ela merece, sim, dar nome à maternidade de Rio Branco e eu vou manter o nome dela sim”, enfatizou, citando que no Acre há outros prédios com nomes de parentes de políticos.


Anúncio


“Por que não mandam tirar de todos, como do Hospital Regional de Brasiléia e o Parque de Exposição em Rio Branco? Se for para fazer isso, começa lá de trás. Mas vai ser o nome da minha avó, sim. Vou manter com toda certeza, porque ela merece. A minha avó saiu das barrancos do Juruá depois que deu luz ao meu pai, com um cisto ainda depois, e foi operada, tem toda uma história”, declarou.


Durante o ato de inauguração, a ex-primeira-dama, Beatriz Cameli, contou o caso de dona Marieta depois do parto, ocasião em que o governador renovou a intenção de manter o nome da avó na Maternidade da capital.


“É em nome não da minha avó, é em nome de todas as mulheres que nasceram, que deram à luz aos filhos nascidos nas barrancas dos rios do Juruá, por exemplo. Essa é uma história que precisa ser transcrita. É uma justificativa. Eu não quero fazer política aí. Eu não preciso disso. O povo é sábio. O povo sabe muito bem quem são os seus representantes. Então, isso foi em nome da história da minha avó”.



O governador argumentou: “queria convidar quem, eu não sei nem quem foi que fez essa recomendação, para conhecer nossa realidade, conhecer nossa história, estudar a história do Acre, independente de qualquer opinião, eu não estou preocupado nisso. Minha preocupação é, como governador, fazer o que tem que ser feito para diminuir as diferenças. É muito fácil você ficar no gabinete com o ar condicionado, sem tirar a bunda da cadeira, para conhecer a realidade de como vivem milhares e milhares de famílias”, concluiu.


Na recomendação, o Ministério Público orienta que o Governo do Estado abstenha-se de propor, tramitar ou formalizar qualquer ato administrativo ou projeto de lei que atribua à nova maternidade o nome de Marieta Cameli ou de qualquer outro familiar de autoridade em exercício:


Adote critérios objetivos e impessoais para futuras denominações de bens públicos, com base em mérito social, histórico ou cultural, priorizando personalidades falecidas e de reconhecida contribuição à sociedade;



Comunique previamente ao MP-AC qualquer ato de denominação de bens públicos, permitindo o acompanhamento preventivo da legalidade da medida;


O órgão ministerial advertiu que o descumprimento da recomendação poderá resultar em medidas administrativas e judiciais, incluindo a propositura de Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa e questionamento da constitucionalidade de eventual norma ou decreto.


A Casa Civil do Governo do Acre tem prazo de 15 dias para informar ao MP-AC as medidas adotadas em cumprimento à recomendação.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido