Foto: Sérgio Vale
O município de Rio Branco pode enfrentar, em 2025, a sexta cheia consecutiva do Rio Acre. A possibilidade foi levantada pelo coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, em entrevista concedida ao ac24horas na noite desta quarta-feira (15). O alerta ocorre com a confirmação da volta do fenômeno La Niña, que influencia diretamente o regime de chuvas na região amazônica.
Segundo Falcão, o clima no Acre estava em condição de neutralidade meteorológica, sem a atuação de fenômenos climáticos como El Niño ou La Niña. No entanto, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) confirmou recentemente o retorno da La Niña, ainda em estágio inicial.
“Desde abril passado estamos em neutralidade meteorológica. Mas agora, na segunda quinzena de outubro, já temos a influência de novo do La Niña”, afirmou. “Esse fenômeno representa o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, e isso tende a provocar mais chuvas na nossa região.”
Apesar da preocupação, Falcão fez questão de destacar que a atuação atual do fenômeno ainda é considerada fraca, e que qualquer previsão mais concreta sobre o volume de chuvas e o risco real de cheia só poderá ser feita com mais segurança nos próximos meses.
“Sempre no mês de novembro, nós nos reunimos com todos os órgãos competentes, incluindo meteorologistas, para a chamada reunião pré-cheia. Até agora, o que posso adiantar é que, dependendo da intensificação do fenômeno, há sim a possibilidade de termos bastante chuva – e, com isso, uma nova enchente”, explicou.
O coordenador reforçou que, embora exista o risco, é necessário cautela. O monitoramento está sendo feito de forma contínua e ainda é cedo para fazer qualquer afirmação definitiva sobre uma possível cheia em 2025. “Não descartamos a possibilidade de termos mais uma enchente pela sexta vez consecutiva. Porém, ainda é prematuro afirmar com certeza. Ainda falta tempo e precisamos observar o comportamento do clima nos próximos meses.”
A próxima reunião técnica da Defesa Civil com meteorologistas e órgãos parceiros está prevista para novembro, quando as análises atualizadas dos modelos climáticos devem fornecer um panorama mais claro sobre o período chuvoso e a possível elevação do nível do Rio Acre.